Colunista da Folha indaga se Moro acreditou na versão de Bolsonaro sobre os R$ 24 mil dados a sua mulher! Leia e compartilhe...

10/12/2018

Sérgio Moro está numa saia justa. Se, por um lado, deve lealdade ao seu futuro chefe Jair Bolsonaro, por outro, não pode perder a fama criada de "inimigo da corrupção"

Palavras-chaveJustiçaPolíticaBolsonaro | O juiz Sérgio Moro — indicado por Jair Bolsonaro para comandar o Ministério da Justiça — deixou muita gente intrigada por conta do silêncio até agora em relação ao escândalo relatado pelo COAF que cita esposa, um dos filhos e um amigo pessoal do seu futuro chefe. Por que o ex-dirigente da lava-jato está mudo em relação a isso?

Leia também:

Segundo o colunista da Folha de S.Paulo Celso Rocha de Barros, doutor em sociologia pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, Moro erra ao não se pronunciar. Diz ele, em seu artigo de hoje (10):

"E, falando em gente que investiga corrupção, o que Sergio Moro pretende fazer? O novo ministro da Justiça não poderá continuar evitando perguntas sobre o assunto [COAF}, e é bem ruim que as tenha evitado até agora."

E menda:

"Se um acusado da Lava Jato, sentado no banco dos réus, contasse essa história do empréstimo [do motorista a Bolsonaro e do cheque de R$ 24 mil à esposa do capitão], Moro acreditaria?" Continua, após o anúncio.

Barros afirma também:

"Assessor de político [o motorista Fabrício Queiroz era assessor de Flávio Bolsonaro] depositando dinheiro para a família do chefe é o tipo de coisa que dispara todos os alarmes de quem investiga corrupção. Na mesma hora em que as denúncias foram publicadas, por exemplo, o cientista político Sérgio Praça lembrou do caso do esquema de distribuição de dinheiro de PC Farias no governo Fernando Collor."

Com a palavra, o chefão da República de Curitiba e futuro ministro de Justiça de Jair Bolsonaro. Mas será que sairá alguma palavra mesmo?

Leia também:

Pesquisas a favor de Nunes não dizem muita coisa, pois têm errado muito, inclusive em relação a esse próprio candidato. Um dia antes da eleição do primeiro turno, o emedebista sequer passaria para a segunda rodada, segundo consulta do importante instituto Atlasintel. Outros relevantes fatores também indicam a virada e vitória do candidato do PSOL.

Goste-se dele ou não, o fato concreto é que continua muito difícil de ser superado, e é praticamente imbatível para 2026. Não é idade, tombo em banheiro ou previsões furadas de detratores, como o global Merval Pereira, que vão tirar Lula do samba que a maioria dos brasileiros gosta de cantar e ouvir.

Apesar das pesquisas, continua no mínimo precitado atribuir ao ex-coach um superpoder que ele não tem, sobretudo quando se cogita que o superstar da pilantragem já é quase o presidente da República eleito em 2026. O arrivista, nem para prefeito de São Paulo passará.