As seis lições que torturadores no Brasil receberam de agentes dos EUA!

Se o preso demonstrava estar prestes a não suportar mais uma sessão no pau--de-arara, o torturador acrescentava a esse martírio choques violentos em seus órgãos genitais
DA REDAÇÃO | Segundo consta no livro Batismo de Sangue, publicado por Frei Betto em 1982, a repressão brasileira seguia seis lições dadas por organizações ligadas aos EUA, como a Academia Internacional de Polícia (Washington), quartéis norte-americanos da Zona do Canal do Panamá e a CIA. Frei Betto, durante a ditadura militar (1964-1985), foi preso e testemunhou bárbaras torturas nos porões do DOPS e outros centros de martírios contra presos políticos.
Veja as lições e nossos comentários:
Primeira lição: separar os comparsas [opositores ao regime militar], a fim de debilitá-los e jogar um contra o outro. O torturador simulava que um preso havia entregue alguma informação secreta do outro. Com isto, visava que o interrogado confirmasse determinada informação que o torturador não tinha certeza e, ao mesmo tempo, fazer com que os opositores ao regime passassem a se desacreditar mutuamente.
Segunda lição: tentar soltar a língua do preso no papo. Recusando-se a colaborar, passar aos métodos "científicos". No início do interrogatório, o torturador tentava persuadir o preso político a entregar determinada informação através do uso apenas da impostação da voz. Se não dava resultado satisfatório, o pau literalmente comia: socos, pau-de-arara, choques...
Terceira lição: intensificar o "tratamento" quando o preso demonstra atingir os limites de suas forças. Se, por exemplo, o preso demonstrava estar prestes a não suportar mais uma sessão no pau--de-arara, o torturador acrescentava a esse martírio choques violentos em seus órgãos genitais.
Quarta lição: dar ao prisioneiro a impressão de que os órgãos de segurança não ignoram nenhum detalhe de sua vida. O objetivo era convencer o preso de que a repressão militar era onisciente e onipresente, isto é, não adiantava tentar esconder informações porque seriam descobertos.
Quinta lição: intensificar o "tratamento" quando o preso começa a admitir alguma acusação. Se o preso, pelo cansaço e pela tortura, acena que alguma acusação que lhe é feita é real, o torturador intensificava ainda mais os maus tratos. O objetivo era fazer com que o torturado falasse logo, em vez de recuar.
Sexta lição: levar o prisioneiro à exaustão, até a perda completa do domínio de seus sentimentos, raciocínios e palavras. Com isso, a repressão arrancava confissões de presos que sequer estavam mais conscientes do que diziam.
Encontrar (sem os comentário) em: Batismo de Sangue. Círculo do Livro, 1982, páginas 174 a 182.
Mais recentes sobre este tema:
"Puseram um jacaré sobre meu corpo nu", diz historiadora!
Miriam Leitão foi colocada nua em uma sala com uma jiboia!
Após introduzirem fio elétrico desencapado, uretra ardeu em chamas!
"Enfiou a mão por entre as pernas de Ieda, alcançou sua vagina."
"Me deram um soco e o dente deslocou-se e apodreceu".
Tinha "aula" de tortura ao som do Hino Nacional!
LEIA TAMBÉM:
Por que um motorista daria R$ 24 mil à esposa de Jair Bolsonaro? É pagamento? De quê?
Prisão de Queiroz talvez ajude a elucidar esse dilema.
Datafolha | Índice dos que creem na melhoria do governo despenca de 59% para 45%! Acesse...
Bolsonaro | A pesquisa Datafolha divulgada hoje (2) traz péssimos dados para o presidente Jair Bolsonaro. Um deles é que despencou o percentual dos que acreditam que o governo do capitão vai melhorar. Em abril, os otimistas eram 59%. Agora, 45%. Queda de 14 pontos percentuais.
Datafolha | Cresce reprovação e Bolsonaro está em sua pior fase desde que assumiu! Acesse...
Bolsonaro | Dados de pesquisa divulgados hoje (2) pelo Datafolha mostram que a popularidade de Jair Bolsonaro segue cada vez mais ladeira abaixo. Em contrapartida, em pouco menos de dois meses, sua reprovação foi para as alturas e cresceu em todos os níveis. O presidente está em sua pior fase desde que assumiu.