Na ditadura, violão livrou Geraldo Azevedo da tortura

20/03/2024

As habilidades do músico com o violão, entretanto, não conseguiram livrá-lo depois, quando foi preso novamente.

Quarta, às 02:09


Compartilhe a matéria

Dando continuidade ao registro sobre os horrores da ditadura militar no Brasil, abordamos nesta matéria uma história que ocorreu com o talentoso músico pernambucano da MPB Geraldo Azevedo. Ele conta que uma vez seu violão o livrou da tortura. Mas diz também que a sorte não permaneceu por muito tempo. 

  • Veja mais detalhes, após o anúncio.


Tópicos relacionados:


Quando um violão vira arma contra a ditadura

 Em 2020, em entrevista a O Globo, o artista declara:

"Eu convivia com muitas pessoas. Havia umas reuniões no Teatro Glaucio Gil em que ia muita gente, o Glauber Rocha, Caetano... E me pediram para fazer um abaixo-assinado contra a censura. Passei 40 dias preso na Ilha das Flores, 20 numa solitária, fui muito torturado, tomei muita porrada. Durante as sessões, eu dizia que não tinha nada a ver com aquilo, que só fazia música e desenho. E me deram um violão para tocar. Toquei e o torturador se sensibilizou e não me torturaram mais. Fui solto por causa do violão."

As habilidades de Geraldo Azevedo com o violão, entretanto, não conseguiram livrá-lo depois, quando foi preso novamente e estupidamente torturado. Os torturadores eram mais insensíveis.

Matéria continua


Pix CEF

pix@deverdeclasse.org

João R P Landim Nt  


Pix Vakinha

3435969@vakinha.com.br

João Rosa Paes Landim Neto 


Gerado Azevedo diz também:

"Esse lugar que a gente ficava era dentro de um frigorífico, tudo coberto de gelo, uma sirene tocando sem parar e um breu absoluto. Eu tinha a música "Caravanas" na novela "Gabriela Cravo e Canela", da Globo, e na hora da novela me botavam para cantar. Ficava encapuzado, nu e eles em volta "canta, canta". Aí começavam a bater e eu cantava, né? Chegava um mais atrevido e dizia "agora canta e dança". Eu ficava lá rodando feito um otário. Durante muito tempo tive vergonha disso, é muito humilhante. Os caras cheiravam cocaína pra bater na gente. Enfiavam estiletes embaixo da minha unha."


Leia mais sobre o Golpe de 64:


Mais vinte destaques no Brasil e no mundo...

Apesar das pesquisas, continua no mínimo precitado atribuir ao ex-coach um superpoder que ele não tem, sobretudo quando se cogita que o superstar da pilantragem já é quase o presidente da República eleito em 2026. O arrivista, nem para prefeito de São Paulo passará.