Valor é de R$ 1.200, e entre os pré-requisitos para o cargo estão ter experiência com educação popular e alfabetização de jovens e adultos e, preferencialmente, ter nível superior
PL exclui dispositivo e jornada em sala de aula do professor pode aumentar
Projeto é de autoria do deputado federal Hildo Rocha (MDB-MA) e tramita em caráter de urgência na Câmara. Caso seja aprovado, docente poderá ter carga horária majorada, ou seja, mais aulas semanais sem qualquer contrapartida financeira em decorrência disso.
Publicidade
Educação | Tramita em caráter de urgência na Câmara o Projeto de Lei 2.075/2021, de autoria do deputado federal Hildo Rocha (MDB-MA). Medida revoga a Lei Federal do Piso Nacional do Magistério — 11.738/2008 — e o dispositivo que garante pelo menos 1/3 da jornada semanal do professor para atividades extraclasse, isto é, sem interação direta com os alunos.
"Se aprovado, PL 2.075/2021 na prática poderá significar mais aulas para os docentes, sem no entanto qualquer contrapartida financeira em decorrência disso", alerta a historiadora Cyntia Falcão, especialista em políticas públicas e supervisão educacional. Após o anúncio, ela explica melhor a questão.
Relacionadas:
- Deputado pede aprovação urgente de projeto que revoga lei do Piso Nacional do Magistério
- Manobra para acabar piso nacional dos professores é derrotada na Câmara
- Advogado explica por que piso nacional dos professores deve crescer no mínimo 12,5% em janeiro de 2022
- Reajuste do Piso do Magistério para 2022 é de 12,5%, e pode crescer ainda mais
Por que o PL 2.075/2021 pode significar aumento da carga horária do professor em sala de aula?
Porque esse projeto revoga a atual lei federal do piso dos professores e exclui o § 4º do artigo 2º desta legislação, que diz:
Art. 2º § 4º: "Na composição da jornada de trabalho, observar-se-á o limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho das atividades de interação com os educandos."
Após o anúncio, veja com detalhes o que significa isso.
A especialista explica:
Com o fim desse dispositivo (Art. 2º § 4º da Lei 11.738/2008), prefeitos e governadores vão querer obrigar os professores a cumprir em sala de aula o tempo da jornada (1/3, no mínimo) que atualmente é usado por lei para planejamento, elaboração e correção de provas etc. Com isso, educadores terão mais tempo de interação direta com os alunos em sala de aula, isto é, mais aulas semanais. É bom inclusive ressaltar que esse PL do deputado Hildo Rocha é uma exigência da Confederação Nacional de Municípios (CNM), segundo esse próprio parlamentar declara na justificativa do seu projeto. Gestores querem aumentar a carga horária semanal dos docentes.
Dê exemplos, por favor... (Ver após anúncio).
Vou usar uma tabela simplificada feita aqui no próprio Dever de Classe e que está de acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Observe abaixo que para jornada semanal de 12 aulas, por exemplo, o professor tem de cumprir no máximo 8h/a em interação direta com os alunos. Para atividades extraclasse, ficam 4h/a. O que o PL do deputado Hildo Rocha faz é excluir tudo isso, ou seja, em vez de cumprir apenas 8h/a em sala, o docente poderá ter que cumprir a jornada integral, isto é, as 12h/a semanais. O mesmo vale para as demais cargas horárias semanais: 24, 30, 40 e 20. Um retrocesso, portanto.
O que os professores podem fazer para barrar tal projeto?
É preciso que os sindicatos da categoria e os próprios educadores pressionem os parlamentares, em particular o senhor Hildo Rocha, no sentido de tirar essa coisa horrenda de pauta. Só a luta pode impedir tal PL de aprovação.
Correspondências para:
Gabinete do deputado Hildo Rocha na Câmara em Brasília
- E-mail: dep.hildorocha@camara.leg.br
- Telefone: (61) 3215-5734
- Endereço: Gabinete 734 - Anexo IV - Câmara dos Deputados
Compartilhe e curta abaixo nossa página no Facebook, para receber atualizações sobre este tema.
Faça uma pequena doação de um valor qualquer para que possamos continuar a manter este site aberto. Caso não possa ou não queira colaborar, continue a nos acessar do mesmo jeito enquanto estivermos ativos. Gratos.
Doar com PagSeguro
Curta nossa página e receba atualizações sobre este tema!
Mais recentes sobre educação...
O mestre em Física e doutor em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) — Nelson Cardoso Amaral — explica a questão
Censo 2022 revela que pessoas quilombolas a partir dos 15 anos eram 2,7 vezes mais analfabetas do que a população residente no Brasil
Duas resoluções sobre o tema foram publicadas pelo MEC, através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)
"Não é novidade, infelizmente, que vários sistemas públicos de ensino passaram a adotar estratégias perversas para aumentar suas notas"
A valorização passa por elementos que incluem bons salários, formação e desenvolvimento continuado