Em editorial de hoje, Folha chama governo Bolsonaro de estelionatário! Leia e compartilhe...

27/01/2019
Com aval de Jair Bolsonaro, o vice Hamilton Mourão editou decreto que na prática impede denúncias de corrupção contra o atual governo. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Com aval de Jair Bolsonaro, o vice Hamilton Mourão editou decreto que na prática impede denúncias de corrupção contra o atual governo. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Decreto editado pelo novo governo indica que o grupo Bolsonaro quer passar um longo tempo no poder. E sem o incômodo de ser denunciado por corrupção

Política | A Folha de S.Paulo publicou hoje (27) um editorial onde diz que o governo Jair Bolsonaro praticou estelionato eleitoral ao baixar um decreto que mutila a Lei de Acesso à Informação. Se usasse um português mais claro, a Folha diria que o capitão e sua equipe querem evitar que escândalos como o apontado pelo COAF — que atingem o filho e a esposa do presidente — sejam expostos à opinião pública. 


Antes, era transparência acima de tudo...

No texto, o editorial da Folha lembra que Jair Bolsonaro baseou quase toda a sua campanha presidencial num discurso inflamado contra a corrupção. "Transparência acima de tudo. Todos os nossos atos terão que ser abertos para o público", dizia o capitão. Era só demagogia.


Agora, é bico calado por 25 anos 

Diz a Folha: "O decreto publicado na quinta-feira (24) rasga essas bandeiras [de combate à corrupção]. Assinado pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, permite que ocupantes de cargos comissionados classifiquem dados do governo federal como ultrassecretos e secretos, o que os torna sigilosos por 25 e 15 anos, respectivamente."

O editorial de hoje da Folha não explicita, mas o que o grupo Bolsonaro indica mesmo com tal medida é que pretende passar no mínimo uns 20 anos no poder. E sem o incômodo de estar quase todo dia sendo denunciado por eventuais escândalos de corrupção. 

É uma espécie de reedição da ditadura militar (1964-1985), onde a maioria do povo achava que não havia roubalheira no governo porque simplesmente a imprensa vivia sob permanente censura e não podia denunciar. O passado de aparências voltou.

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