Prefeito quer volta das aulas presenciais em 8 de fevereiro, mesmo sem vacina para professores

25/01/2021

Um absurdo. Docentes têm de se rebelar contra tal medida. Em nenhuma escola do Brasil existe qualquer segurança para retorno às escolas antes da vacinação.

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Sem vacina e com vírus ninguém deve voltar às escolas. Imagem: aplicativo Canva.
Sem vacina e com vírus ninguém deve voltar às escolas. Imagem: aplicativo Canva.

Educação | Segundo matéria do Globo (25), o prefeito do Rio Eduardo Paes disse ontem (24) em mensagem nas redes sociais que na quarta-feira será apresentado efetivamente o plano de volta às aulas presenciais, prevista para iniciar dia 8 de fevereiro. Um absurdo. Docentes têm de se rebelar contra tal medida. Em nenhuma escola do Brasil existe qualquer segurança para retorno às escolas antes da vacinação. Continua, após o anúncio. 

Ninguém deve voltar antes da vacinação

Professores do Rio não podem voltar às escolas antes de serem vacinados, pois correm risco de contágio e até morte. Isto vale para todo o Brasil. E não há previsão otimista de imunização para os docentes, pois não foram incluídos no Plano Nacional de Imunização do governo federal, conforme veremos ao final da matéria.

Aliás, escolas só podem reabrir se todos que atuam no dia a dia dentro delas estiverem imunizados: aluno, zelador, vigia, coordenador, merendeira, enfim, todos mesmo. Sem isso, é brincar de roleta russa. Após o anúncio, veja o quadro geral da vacinação e quem está nos grupos prioritários.

O infográfico abaixo mostra um quadro geral da vacinação, inclusive com os grupos localizados como prioritários pelo Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.

*O Brasil e a vacina contra a Covid-19

População: 211,8 milhões - IBGE 2020. Cada pessoa deve tomar duas doses, num prazo de 21 dias. 

Para imunizar 100% da população, são necessárias 445 milhões de doses, já com previsão de perda de 5% na logística do armazenamento e transporte.

Mas há quem diga que as condições sanitárias seguras viriam com imunização de 60 a 70 por cento do povo.

Com estes percentuais, a necessidade de doses cairia de 445 milhões para 311 milhões. Continua, após o anúncio.

O ilusório e fantasma Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde prevê a vacinação de — apenas — 49,7 milhões de pessoas, divididos em 03 Grupos, necessitando de 104,3 milhões de doses.

No primeiro grupo estão: trabalhadores de Saúde; pessoas de 75 anos ou mais; pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas; população indígena aldeado em terras demarcadas, povos e comunidades tradicionais ribeirinhas.

O segundo e terceiro grupos são formados por: pessoas de 60 a 74 anos e os portadores de Morbidades: Diabetes mellitus; hipertensão arterial grave; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; indivíduos transplantados de órgão sólido; anemia falciforme; câncer; obesidade grave (IMC≥40).  

O Brasil — até agora — possui somente as 06 milhões de doses articuladas pelo Governo de São Paulo e dois milhões viabilizados pelo governo federal. Quem não é de grupos prioritários, portanto, deve manter estoque de máscaras, álcool em gel e isolamento social. O contágio continua alto e, se depender do capitão, a fila não vai andar. É só bomba em cima da maioria do povo.

*Com dados de José Professor Pachêco, docente e advogado.

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