Uma das absurdas ideias seria reduzir de 70% para 60% o percentual do fundo para pagar profissionais da Educação, e incluir nesse índice rebaixado mais gente para comer do bolo. Seria o fim dos reajustes anuais do piso nacional da categoria.
"Não voltem às escolas agora para se contaminar ou morrer", apela docente aposentada aos colegas
Em um dos trechos da Carta Aberta, a educadora diz que é preciso resistir às pressões, pois é num futuro próximo que os alunos precisarão dos professores, e não agora na pandemia.
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Educação | A professora aposentada paulista Carmelita F Nascimento nos enviou para publicação uma Carta Aberta dirigida aos seus colegas educadores de todo o Brasil. Em tom emocionado, ela pede que ninguém volte às escolas antes da vacinação contra Covid-19:
"Não voltem às escolas agora para se contaminar ou morrer. É num futuro próximo que os alunos precisarão dos professores, e não agora na pandemia."
Leia íntegra, após o anúncio.
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Leia a Carta Aberta da aposentada:
Sei que o nosso País passa por uma séria crise provocada por essas ondas de Covid-19. E acompanho pela imprensa as pressões que vocês recebem de todo lado para voltar às escolas.
Mas apelo: não cedam a essas pressões. Não voltem às escolas agora para se contaminar ou morrer.
O momento exige cautela. A vacinação, mesmo ainda em câmara lenta, já começou a andar. Uma hora será a da nossa categoria.
O que precisamos é pressionar os governos para que sejamos prioridade na fila, já que dizem que a volta das aulas é essencial.
É num futuro próximo que os alunos precisarão dos professores, e não agora na pandemia.
Fiquem com Deus. E um forte abraço a todo o magistério do Brasil.
São Paulo, 24 de janeiro de 2021.
Carmelita Nascimento, aposentada.
Após o anúncio, um quadro geral da vacinação e os grupos incluídos como prioridade.
O infográfico abaixo mostra um quadro geral da vacinação, inclusive com os grupos localizados como prioritários pelo Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.
*O Brasil e a vacina contra a Covid-19
População: 211,8 milhões - IBGE 2020. Cada pessoa deve tomar duas doses, num prazo de 21 dias.
Para imunizar 100% da população, são necessárias 445 milhões de doses, já com previsão de perda de 5% na logística do armazenamento e transporte.
Mas há quem diga que as condições sanitárias seguras viriam com imunização de 60 a 70 por cento do povo.
Com estes percentuais, a necessidade de doses cairia de 445 milhões para 311 milhões. Continua, após o anúncio.
O ilusório e fantasma Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde prevê a vacinação de — apenas — 49,7 milhões de pessoas, divididos em 03 Grupos, necessitando de 104,3 milhões de doses.
No primeiro grupo estão: trabalhadores de Saúde; pessoas de 75 anos ou mais; pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas; população indígena aldeado em terras demarcadas, povos e comunidades tradicionais ribeirinhas.
O segundo e terceiro grupos são formados por: pessoas de 60 a 74 anos e os portadores de Morbidades: Diabetes mellitus; hipertensão arterial grave; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; indivíduos transplantados de órgão sólido; anemia falciforme; câncer; obesidade grave (IMC≥40).
O Brasil — até agora — possui somente as 06 milhões de doses articuladas pelo Governo de São Paulo e dois milhões viabilizados pelo governo federal. Quem não é de grupos prioritários, portanto, deve manter estoque de máscaras, álcool em gel e isolamento social. O contágio continua alto e, se depender do capitão, a fila não vai andar. É só bomba em cima da maioria do povo.
*Com dados de José Professor Pachêco, docente e advogado.
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