Parlamentares da Comissão de Educação (CE) da Câmara realizaram reunião dia 19 para tratar do assunto. De forma unânime, reconheceram que o magistério tem direito à correção salarial de 33,23%. A proposta que deve ser apresentada na segunda-feira (24) visa convencer prefeitos e governadores a cumprir o que diz a Lei 11.738/2008. Um bom reforço aos...
A Vergonhosa Realidade dos Baixos Salários dos Professores no Brasil
Faça uma assinatura solidária, acesse sem restrições todo o conteúdo do site e ajude a mantê-lo. Temos custos. Apenas R$ 19,90/ano!
Ou pague no pix (recomendável, vem integral):
Pix: apoie@deverdeclasse.org
Caso não queira assinar, deixe uma contribuição de qualquer valor. Apenas pix.
>> Por Ana B Costa, docente / A educação é frequentemente exaltada no Brasil como o pilar de uma sociedade justa, desenvolvida e democrática. Políticos de esquerda e direita são useiros e vezeiros no uso dessa afirmação, principalmente em tempos de campanhas eleitorais.
No entanto, por trás dos discursos demagógicos de políticos e das campanhas publicitárias que "enaltecem o papel do professor", esconde-se uma dura e inaceitável realidade: os profissionais responsáveis por formar gerações inteiras são, em grande parte, desvalorizados, muito mal remunerados.
Piso vergonhoso
O piso nacional do magistério, por exemplo, é uma vergonha! Não chega em 2025 a R$ 5 mil (apenas R$ 4.867,77) para jornada de 40 horas semanais. E ainda dizem que em 2026 poderá ser reajustado abaixo da inflação. Como pode?
A Contradição da Sociedade que Diz Valorizar a Educação
É comum ouvir que "a educação é a base de tudo". Mas como sustentar essa afirmação quando os professores, que são o alicerce desse sistema, recebem salários que mal cobrem suas necessidades básicas? Em muitas redes de ensino do país, o rendimento mensal de um docente não é suficiente para garantir moradia digna, alimentação adequada e acesso a bens culturais — elementos essenciais para quem tem a missão de inspirar e educar.
Essa contradição revela uma hipocrisia estrutural: exige-se excelência, dedicação e atualização constante, mas oferece-se em troca um salário que não condiz com a importância social da profissão. O resultado é um ciclo de desmotivação, evasão de talentos e precarização do ensino.
Artigo continua
O Impacto Direto na Qualidade da Educação
A desvalorização salarial não afeta apenas os professores — ela compromete toda a sociedade. Profissionais sobrecarregados, obrigados a acumular jornadas em várias escolas para complementar a renda, têm menos tempo para planejar aulas, se atualizar e oferecer um ensino de qualidade. A consequência é um sistema educacional enfraquecido, incapaz de preparar adequadamente os cidadãos do futuro.
Além disso, a baixa remuneração afasta jovens talentos da carreira docente. Muitos estudantes que poderiam se tornar excelentes professores desistem ao perceber que a profissão não oferece estabilidade financeira nem reconhecimento social. Assim, perpetua-se um ciclo de escassez de profissionais qualificados e de desvalorização da educação pública.
A Urgência de uma Mudança Estrutural
Valorizar o professor não é apenas aumentar salários — é reconhecer, na prática, que a educação é prioridade. Isso significa garantir condições dignas de trabalho, investir em formação continuada, reduzir a sobrecarga de tarefas burocráticas e, sobretudo, assegurar uma remuneração compatível com a responsabilidade que esses profissionais carregam.
A sociedade precisa compreender que cada aula ministrada, cada aluno inspirado e cada mente transformada têm um valor incalculável. Continuar ignorando essa realidade é condenar o futuro a um ciclo de mediocridade e desigualdade.
Conclusão
Os baixos salários dos professores são uma ferida aberta na consciência coletiva. Enquanto o discurso sobre a importância da educação não se traduzir em ações concretas de valorização, o país continuará a caminhar em direção oposta ao progresso. Investir no professor é investir no futuro — e não há investimento mais urgente, mais justo e mais necessário do que esse.
Envie também seu artigo para: contato@deverdeclasse.org
Receba atualizações:
Faça uma assinatura solidária, acesse sem restrições todo o conteúdo do site e ajude a mantê-lo. Temos custos. Apenas R$ 19,90/ano!
Pague no pix (recomendável, vem integral):
Pix: apoie@deverdeclasse.org
Caso não queira assinar, deixe uma contribuição de qualquer valor. Apenas pix.
Receba atualizações:
Mais recentes do tópico Educação:
Além de majoração no Fundeb, há também incrementos no FPM, o que desmonta o discurso de prefeitos sobre falta de recursos para cumprir o reajuste de 33,23% dos professores.
Professor Heleno Araújo, reeleito para presidir a entidade, destaca que docentes recebem apenas 69% da média salarial de outros profissionais com a mesma formação e a mesma carga horária, contrariando a Lei 13.005. O líder também apresenta boas perspectivas de cumprimento do reajuste de 33,23%, e de forma retroativa.
Rateio deve ser feito até o dia 31 de dezembro.
Segundo entendimento de Aline Santana — Chefe de Gabinete do gestor — reajuste beneficiará todo o magistério. Pelo decreto, nenhum educador receberá menos de R$ 3.845,34 (40h) ou R$ 1.922,67 (20h), tal como reza a lei do piso. Aumento vale a partir do dia 1º deste mês de janeiro.
Projeto de Lei 2075/21 foi arquivado em setembro de 2021, após autor — deputado Hildo Rocha — ser torpedeado pelos educadores nas redes sociais.
Descaso cria maior evasão escolar em 14 anos
Meninos e meninas entre 5 e 9 anos são os mais prejudicados. Dados mostram que Bolsonaro é o maior responsável por tamanha tragédia.
Para Natália Bonavides (PT-RN), "governo escolhe a seu bel prazer que norma vai ou não cumprir. Nosso país que tem nomes destacados no campo da educação não pode deixar que seus mestres e mestras não sejam valorizados."
Ômicron e surtos em massa de gripe também levam à morte e a sequelas — muitas vezes danosas — para quem contrai tais doenças, sobretudo quando vêm combinadas. Mercadores do ensino não estão preocupados com isso, pois da Educação querem apenas o lucro. Para eles, o lucro é que não pode parar. É preciso portanto agir com cautela no retorno...









