Muitos prefeitos e governadores continuam a descumprir a Lei Federal 11.738/2008, assim como o próprio presidente Jair Bolsonaro, que também é obrigado a pagar.
A Vergonhosa Realidade dos Baixos Salários dos Professores no Brasil
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>> Por Ana B Costa, docente / A educação é frequentemente exaltada no Brasil como o pilar de uma sociedade justa, desenvolvida e democrática. Políticos de esquerda e direita são useiros e vezeiros no uso dessa afirmação, principalmente em tempos de campanhas eleitorais.
No entanto, por trás dos discursos demagógicos de políticos e das campanhas publicitárias que "enaltecem o papel do professor", esconde-se uma dura e inaceitável realidade: os profissionais responsáveis por formar gerações inteiras são, em grande parte, desvalorizados, muito mal remunerados.
Piso vergonhoso
O piso nacional do magistério, por exemplo, é uma vergonha! Não chega em 2025 a R$ 5 mil (apenas R$ 4.867,77) para jornada de 40 horas semanais. E ainda dizem que em 2026 poderá ser reajustado abaixo da inflação. Como pode?
A Contradição da Sociedade que Diz Valorizar a Educação
É comum ouvir que "a educação é a base de tudo". Mas como sustentar essa afirmação quando os professores, que são o alicerce desse sistema, recebem salários que mal cobrem suas necessidades básicas? Em muitas redes de ensino do país, o rendimento mensal de um docente não é suficiente para garantir moradia digna, alimentação adequada e acesso a bens culturais — elementos essenciais para quem tem a missão de inspirar e educar.
Essa contradição revela uma hipocrisia estrutural: exige-se excelência, dedicação e atualização constante, mas oferece-se em troca um salário que não condiz com a importância social da profissão. O resultado é um ciclo de desmotivação, evasão de talentos e precarização do ensino.
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O Impacto Direto na Qualidade da Educação
A desvalorização salarial não afeta apenas os professores — ela compromete toda a sociedade. Profissionais sobrecarregados, obrigados a acumular jornadas em várias escolas para complementar a renda, têm menos tempo para planejar aulas, se atualizar e oferecer um ensino de qualidade. A consequência é um sistema educacional enfraquecido, incapaz de preparar adequadamente os cidadãos do futuro.
Além disso, a baixa remuneração afasta jovens talentos da carreira docente. Muitos estudantes que poderiam se tornar excelentes professores desistem ao perceber que a profissão não oferece estabilidade financeira nem reconhecimento social. Assim, perpetua-se um ciclo de escassez de profissionais qualificados e de desvalorização da educação pública.
A Urgência de uma Mudança Estrutural
Valorizar o professor não é apenas aumentar salários — é reconhecer, na prática, que a educação é prioridade. Isso significa garantir condições dignas de trabalho, investir em formação continuada, reduzir a sobrecarga de tarefas burocráticas e, sobretudo, assegurar uma remuneração compatível com a responsabilidade que esses profissionais carregam.
A sociedade precisa compreender que cada aula ministrada, cada aluno inspirado e cada mente transformada têm um valor incalculável. Continuar ignorando essa realidade é condenar o futuro a um ciclo de mediocridade e desigualdade.
Conclusão
Os baixos salários dos professores são uma ferida aberta na consciência coletiva. Enquanto o discurso sobre a importância da educação não se traduzir em ações concretas de valorização, o país continuará a caminhar em direção oposta ao progresso. Investir no professor é investir no futuro — e não há investimento mais urgente, mais justo e mais necessário do que esse.
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Jurista explica que o Art. 2º da lei do piso diz que a União também é obrigada a pagar as corrreções salariais. Neste caso, para os professores que atuam na Educação Básica nos institutos federais e escolas agrícolas. O governo Bolsonaro deveria pagar e dar o exemplo. No entanto, fala em reajuste de apenas 5% para os servidores.
Tabela comparativa mostra como o Projeto de Lei que prevê mudança no cálculo anual da correção salarial dos professores traz enormes desvantagens aos mesmos. Se já estivesse em vigor, este ano prejuízo seria superior a 23%.
Eventuais vantagens que o docente tenha além do salário-base não podem ser contabilizadas de forma negativa para efeito do reajuste de 33,23% ou do valor mínimo anunciado de R$ 3.845,63 para 2022.
Complementações relativas ao VAAF e VAAT do Fundeb devem chegar, no mínimo, a 34,6%, ou seja, 1,37% a mais que o reajuste deste ano. Há, portanto, dinheiro para honrar de forma linear a correção salarial dos professores.
Pauta número 1 dos protestos é o reajuste de 33,23% para o magistério.
Medida sequer vem assinada pelo próprio governador e fez foi acirrar ainda mais os ânimos da greve.
"O MP tem que defender o direito dos professores e não ficar do lado do governo", diz o professor.
Até o fim deste mês, deve crescer o número de estados e municípios que cumprirão o que diz a lei do piso dos professores.







