"Pelo ritmo de vacinação, é provável que aulas presenciais só voltem mesmo em 2022", diz matemático

01/02/2021

Docentes não são prioridade na vacinação. E, enquanto são necessárias pelo menos 311 milhões de doses para todo o Brasil, só aplicamos até agora 2 milhões do imunizante. E já estamos em fevereiro. Que ninguém se espante se reabertura das escolas se dê só no próximo ano.

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Ou apressa a vacina ou não tem aula presencial em 2021, pois professores não vão querer se expor à Covid. Imagem: aplicativo Canva.
Ou apressa a vacina ou não tem aula presencial em 2021, pois professores não vão querer se expor à Covid. Imagem: aplicativo Canva.

Saúde | A vacinação contra a Covid-19 no Brasil continua muito lenta. Segundo a coluna de hoje (1) de Lauro JardimO Globo"o país aplicou até agora só 2 milhões de doses do imunizante e está na oitava posição, atrás dos EUA (31,1 milhões), China (22,7 milhões), Reino Unido (9,4 milhões), Israel (4,7 milhões), Índia (3,7 milhões), Emirados Árabes (3,3 milhões) e Alemanha (2,3 milhões)."

Como os professores não estão sequer nos grupos prioritários da imunização, e são necessárias pelo menos 311 milhões de doses, o matemático gaúcho Sérgio P Nogueira, consultado pelo Dever de Classe, diz que nesse ritmo é bastante provável que aulas presenciais no Brasil voltem mesmo só em 2022. Veja, após o anúncio.

Por o senhor acha que aulas presenciais podem ser adiadas até 2022?

Não sou eu quem digo. É o ritmo da vacinação do governo que está mostrando. Para dar segurança sanitária a todo o Brasil e aplicar as duas doses necessárias em pelo menos 60 ou 70 por cento do povo, são necessárias pelo menos 311 milhões de doses. Já estamos em fevereiro e até agora só aplicamos 2 milhões de doses do imunizante, segundo a mídia tem noticiado. É só projetar e fazer as contas, levando em consideração que os professores não são sequer prioridade na vacinação.

E o que pode ser feito para mudar esse quadro tão difícil? (Ver resposta após o anúncio).

Pressionar o Ministério da Saúde e o presidente Jair Bolsonaro para deixarem de enrolação e comprar a quantidade de doses necessárias com mais celeridade. E tem de incluir os professores no início da fila. Do contrário, a maioria deles não irá às escolas. Não tem outra saída. Ou se faz isso ou aulas presenciais mesmo só em 2022. É o que se desenha. Não sou eu quem digo.

O infográfico abaixo mostra um quadro geral da vacinação, inclusive com os grupos localizados como prioritários pelo Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.

*O Brasil e a vacina contra a Covid-19

População: 211,8 milhões - IBGE 2020. Cada pessoa deve tomar duas doses, num prazo de 21 dias. 

Para imunizar 100% da população, são necessárias 445 milhões de doses, já com previsão de perda de 5% na logística do armazenamento e transporte.

Mas há quem diga que as condições sanitárias seguras viriam com imunização de 60 a 70 por cento do povo.

Com estes percentuais, a necessidade de doses cairia de 445 milhões para 311 milhões. Continua, após o anúncio.

O ilusório e fantasma Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde prevê a vacinação de — apenas — 49,7 milhões de pessoas, divididos em 03 Grupos, necessitando de 104,3 milhões de doses.

No primeiro grupo estão: trabalhadores de Saúde; pessoas de 75 anos ou mais; pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas; população indígena aldeado em terras demarcadas, povos e comunidades tradicionais ribeirinhas.

O segundo e terceiro grupos são formados por: pessoas de 60 a 74 anos e os portadores de Morbidades: Diabetes mellitus; hipertensão arterial grave; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; indivíduos transplantados de órgão sólido; anemia falciforme; câncer; obesidade grave (IMC≥40).  

O Brasil — até agora — possui somente as 06 milhões de doses articuladas pelo Governo de São Paulo e dois milhões viabilizados pelo governo federal. Quem não é de grupos prioritários, portanto, deve manter estoque de máscaras, álcool em gel e isolamento social. O contágio continua alto e, se depender do capitão, a fila não vai andar. É só bomba em cima da maioria do povo.

*Com dados de José Professor Pachêco, docente e advogado.

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De uma família de classe média, nasceu em 27 de Março de 1960, no Rio de Janeiro. Talentoso desde muito jovem, artista atuou nos vocais da famosa Legião Urbana, grupo no qual foi também vocalista, violonista e líder.