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"Pelo ritmo de vacinação, é provável que aulas presenciais só voltem mesmo em 2022", diz matemático
Docentes não são prioridade na vacinação. E, enquanto são necessárias pelo menos 311 milhões de doses para todo o Brasil, só aplicamos até agora 2 milhões do imunizante. E já estamos em fevereiro. Que ninguém se espante se reabertura das escolas se dê só no próximo ano.
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Saúde | A vacinação contra a Covid-19 no Brasil continua muito lenta. Segundo a coluna de hoje (1) de Lauro Jardim — O Globo — "o país aplicou até agora só 2 milhões de doses do imunizante e está na oitava posição, atrás dos EUA (31,1 milhões), China (22,7 milhões), Reino Unido (9,4 milhões), Israel (4,7 milhões), Índia (3,7 milhões), Emirados Árabes (3,3 milhões) e Alemanha (2,3 milhões)."
Como os professores não estão sequer nos grupos prioritários da imunização, e são necessárias pelo menos 311 milhões de doses, o matemático gaúcho Sérgio P Nogueira, consultado pelo Dever de Classe, diz que nesse ritmo é bastante provável que aulas presenciais no Brasil voltem mesmo só em 2022. Veja, após o anúncio.
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Por o senhor acha que aulas presenciais podem ser adiadas até 2022?
E o que pode ser feito para mudar esse quadro tão difícil? (Ver resposta após o anúncio).
Pressionar o Ministério da Saúde e o presidente Jair Bolsonaro para deixarem de enrolação e comprar a quantidade de doses necessárias com mais celeridade. E tem de incluir os professores no início da fila. Do contrário, a maioria deles não irá às escolas. Não tem outra saída. Ou se faz isso ou aulas presenciais mesmo só em 2022. É o que se desenha. Não sou eu quem digo.
O infográfico abaixo mostra um quadro geral da vacinação, inclusive com os grupos localizados como prioritários pelo Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.
*O Brasil e a vacina contra a Covid-19
População: 211,8 milhões - IBGE 2020. Cada pessoa deve tomar duas doses, num prazo de 21 dias.
Para imunizar 100% da população, são necessárias 445 milhões de doses, já com previsão de perda de 5% na logística do armazenamento e transporte.
Mas há quem diga que as condições sanitárias seguras viriam com imunização de 60 a 70 por cento do povo.
Com estes percentuais, a necessidade de doses cairia de 445 milhões para 311 milhões. Continua, após o anúncio.
O ilusório e fantasma Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde prevê a vacinação de — apenas — 49,7 milhões de pessoas, divididos em 03 Grupos, necessitando de 104,3 milhões de doses.
No primeiro grupo estão: trabalhadores de Saúde; pessoas de 75 anos ou mais; pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas; população indígena aldeado em terras demarcadas, povos e comunidades tradicionais ribeirinhas.
O segundo e terceiro grupos são formados por: pessoas de 60 a 74 anos e os portadores de Morbidades: Diabetes mellitus; hipertensão arterial grave; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; indivíduos transplantados de órgão sólido; anemia falciforme; câncer; obesidade grave (IMC≥40).
O Brasil — até agora — possui somente as 06 milhões de doses articuladas pelo Governo de São Paulo e dois milhões viabilizados pelo governo federal. Quem não é de grupos prioritários, portanto, deve manter estoque de máscaras, álcool em gel e isolamento social. O contágio continua alto e, se depender do capitão, a fila não vai andar. É só bomba em cima da maioria do povo.
*Com dados de José Professor Pachêco, docente e advogado.
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