Mais de 95% a favor de revogar novo Ensino Médio

02/03/2023

Reforma não foi discutida com a sociedade e traz enormes prejuízos a professores e alunos, sobretudo das escolas públicas.

EDUCAÇÃO | Enquete criada aqui no Dever de Classe revela que mais de 95% dos internautas que votaram querem a revogação do novo Ensino Médio. Menos de 3% aprovam a medida e 1,79% disseram não saber opinar sobre o tema. Confira, após o anúncio.

Reforma não foi discutida com a sociedade e traz enormes prejuízos a professores e alunos, sobretudo das escolas públicas. Imagem: Webnode.
Reforma não foi discutida com a sociedade e traz enormes prejuízos a professores e alunos, sobretudo das escolas públicas. Imagem: Webnode.

Resultados da enquete

Consulta foi aberta em 24 de fevereiro e fechada dia 28 do mesmo mês.

Novo Ensino Médio deve ser revogado por cinco motivos:

Não foi discutido com a comunidade escolar e sociedade, sobretudo com os milhões que estão nas escolas públicas

Michel Temer entrou na presidência através de um golpe em 2016. Em 2017, aprovou a lei. O presidente Jair Bolsonaro assumiu em 2019 e, em 2020, em pleno início da pandemia de Covid-19, começou a pôr a reforma em prática. Assim, quem participou mesmo da elaboração e início da execução do projeto? Apenas os dois governos citados e grupos empresariais, como a Fundação Lemann, o Instituto Unibanco, a Fundação Itaú, o Instituto Natura, entre outros capitalistas de grande peso. Alguém  acredita que essa turma toda aí tem compromisso com aluno ou professor de escola pública? Cremos que não. Na prática, esse novo Ensino Médio é apenas mais uma engenharia pensada por grandes capitalistas — para adequar alunos e profissionais da educação à nova e mais difícil realidade do mundo do trabalho, onde — para a maioria —não haverá direitos e/ou qualidade no emprego.

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Precariza a maioria das disciplinas e torna obrigatórias nos três anos de curso apenas duas: Português e Matemática, ainda assim, com carga horária reduzida.

Reforma reduz drasticamente a carga horária de disciplinas fundamentais como História, Geografia, Artes, Filosofia e Sociologia. Em "compensação", aluno terá aulas dos chamados "itinerários formativos" e matérias "eletivas", como: "O que rola por aí?", "Brigadeiro caseiro", "Sonhando alto",  "Projeto de Vida" e "Ensine o seu louro a falar".

LeiaAs novas disciplinas do Ensino Médio que vêm por aí

Aumenta a distância entre os alunos das escolas públicas e privadas, pois estas últimas continuarão a focar em todas as disciplinas tradicionais, essenciais para o ENEM, vestibulares e outros concursos públicos.

Imagine um aluno que não viu nada ou quase nada de História, Geografia Sociologia ou Filosofia, por exemplo, mas aprendeu a fazer brigadeiro caseiro e o louro a falar... Será que terá chances no Enem? Aí só se tiver tido também uma nova disciplina chamada: "Como passar no exame sem ter visto as matérias".

Traz mais dificuldades aos professores, pois terão de ministrar aulas das novas e esquisitas "disciplinas", além de que terão também de pegar mais turmas para cumprir a carga horária em que trabalham.

Imagine um professor de Biologia, Física ou Química, por exemplo, tendo de assumir aulas das tais matérias eletivas para honrar sua carga horária... Quantas turmas terá de pegar? Como ficará seu horário? Dará para cumprir tudo em apenas uma ou duas escolas ou se tornará um docente ambulante? E o conteúdo, terá suporte pedagógico para se adaptar?

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A médio prazo, fará com que milhares de vagas para professor sejam desnecessárias no País.

À medida que apenas Português e Matemática serão obrigatórias no Ensino Médio, e que também a reforma abre brechas para pessoas com "notório saber" — sem licenciatura — assumir  disciplinas tradicionais, menos docentes precisarão ser formados e contratados. Com o tempo, professores poderão ficar quase que restritos às escola particulares, que — reiteramos — não vão seguir esse novo Ensino Médio.

Portanto, não dá para continuar com essa reforma: "É preciso revogar essa merda", nome da nova disciplina que já sugerimos para resolver o problema.

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