Professora diz que, mesmo com reajuste de 33,23%, não está fácil pagar gasolina a quase R$ 10,00 e gás de cozinha em torno de R$ 140,00. Educadora pede que o presidente faça alguma coisa para resolver o problema.
Bolsonaro devia fazer uma live para explicar por que zerou o reajuste do magistério deste ano
O presidente foge deste tema, porque dados oficiais da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) mostram que recursos do Fundeb cresceram, o que contraria a Portaria Interministerial do governo que zera o reajuste dos professores neste 2021.
Publicidade

Educação | O presidente Jair Bolsonaro devia fazer uma de suas costumeiras lives para explicar por que zerou o reajuste do piso nacional dos professores deste ano. De 2010 para cá, é a primeira vez que o governo federal não usa a grande mídia do País para divulgar o percentual de atualização salarial do magistério. Pelo que reza a Lei Federal 11.738/2008, piso deve ser corrigido todo 1º de janeiro de cada ano. Mas é compreensível que Bolsonaro seja um fujão em relação a este tema, conforme veremos após o anúncio. Continua, após o anúncio.
Leia também:
- Jurista mostra manobra que Bolsonaro usou para não dar reajuste do magistério em 2021
- "Reajuste do piso deve ocorrer ou será o maior retrocesso dos últimos dez anos para o magistério", diz economista
- Dados oficiais mostram fortes indícios de pelo menos três graves crimes no ato que zerou piso do magistério
Fujão com medo da verdade
É compreensível que o presidente esteja fugindo deste tema. Ao que tudo indica, ele está com medo da verdade. A questão é simples: para zerar o reajuste deste ano (estava previsto 5,9%), Bolsonaro publicou em 25 de novembro de 2020 a portaria interministerial nº 03, que reduziu o custo aluno do ano passado de R$ 3.643,16 para R$ 3.349,56.
O problema para o presidente é que dados oficiais das receitas do Fundeb publicadas pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), órgão do próprio governo, revelam que, na contramão do que reza essa portaria nº 03, as verbas do Fundo fizeram foi crescer entre novembro de 2019 e o mesmo mês de 2020. Logo, o Custo Aluno não poderia ter sido reduzido e nem o Piso do Magistério zerado. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) fez denúncia quanto a isso no Ministério Público Federal e no próprio MEC. Ver AQUI. Continua, após o anúncio.

Live difícil de ocorrer
Por o governo ter sido pego em contradição, dificilmente o presidente Bolsonaro fará live para se explicar sobre a redução do custo aluno e do reajuste zero no piso. Aliás, sobre isto:
O professor Heleno Araújo — presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) — alerta o governo "que a redução no Custo Aluno do FUNDEB, sem a devida comprovação pelo gestor federal, enseja crime de responsabilidade previsto no art. 6º, § 3º da Lei 11.494, além de configurar 'pedalada fiscal' e apropriação indébita."
Cabe agora aos trabalhadores em educação e às suas entidades representativas continuarem a pressão para que o devido reajuste de pelo menos 5,9% seja cumprido já a partir deste mês de janeiro.
Compartilhe e curta abaixo nossa página no Facebook, para receber atualizações sobre este tema.
Faça uma pequena doação de um valor qualquer para que possamos continuar a manter este site aberto. Caso não possa ou não queira colaborar, continue a nos acessar do mesmo jeito enquanto estivermos ativos. Gratos.
Doar com PagSeguro
Curta nossa página e receba atualizações sobre este tema!
Mais recentes...
Alterações de portarias interministeriais do MEC/ME trazem diferenças de verbas aos entes que não são repassadas aos professores.
Não está fácil para a maioria da população. Segundo estudo do DIEESE, valor da cesta básica aumenta em todas as capitais. Enquanto isso, presidente Bolsonaro se diverte em passeios de moto e jet-sky.
Caso problema não seja resolvido, até os salários dos professores poderão ficar inviabilizados. Dados são da Secretaria do Tesouro Nacional.
Sindicatos podem acionar o Ministério Público em todo o País para que determinações semelhantes sejam adotadas em todos os entes da federação.
Categoria precisa fiscalizar para saber se não há desvio ou sobras que poderão ser usadas para rateio no final do ano.