Educação e Saúde são os grandes filões do setor público, pois é onde se concentra a maior parte dos recursos. E é isso o que o setor privado está atrás: dinheiro, muitos bilhões de reais. E foi por isso que o setor financeiro cooptou Bolsonaro e os deputados do Partido NOVO, PSL, PSDB, DEM, MDB e outros de direita para aprovar essa Pec 32 na Comissão Especial da Câmara.
No caso dos professores, o prejuízo decorre por conta de que são os recursos do Fundeb — por lei, no mínimo 70% das verbas desse fundo — que pagam todo mês os salários dos educadores públicos da Educação Básica do DF, estados e municípios. Com a possibilidade de privatização e terceirização prevista nesse artigo 37-A da Pec 32, a rede privada poderá abocanhar parte desse dinheiro. E aí eu pergunto: empresário vai querer valorizar professor público? Claro que não. Os educadores precisam reagir, ou então passarão por sérios problemas já a curto e médio prazos, caso essa Pec 32 seja agora aprovada também no Plenário da Câmara e depois no Senado.
Essa Reforma Administrativa foi toda pensada para atender aos interesses privatistas do mercado. No caso específico da Educação, quero finalizar e enfatizar, primeiro passo é substituir professor efetivo por temporário. A Pec permite contratação temporária e sem concurso por até 10 anos. Isso cria o perfil de rede particular. Depois, é só pegar o dinheiro do Fundeb, tal como o artigo 37-A garante também.
O magistério tem de reagir logo. Depois, não terá justiça que dê jeito, até mesmo porque a Pec 32 muda a Constituição Federal para dar segurança jurídica a quem for se apropriar dos recursos do Fundeb ou de qualquer outro setor.