Entenda melhor os gastos com pessoal
Os dados citados pela Folha "constam na mais recente edição do Boletim dos Entes Subnacionais, uma das publicações mais abrangentes do Tesouro Nacional sobre a situação financeira de estados e municípios. O relatório de 2024, divulgado nesta sexta-feira (7) —com atraso—, tem como base as informações de 2023."
Pontos importantes:
"Para fazer a avaliação dos gastos com pessoal, os técnicos do órgão [Tesouro Nacional] empregam a metodologia prevista nos manuais contábeis do Tesouro."
"A metodologia, porém, é questionada pelos estados. Para eles, é um equívoco contabilizar na estatística gastos com OSs (organizações sociais), como fez o Tesouro.
Os limites:
- Limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF): 54% da Receita Corrente Líquida (RCL)
- Limite do PAF (Programa de Ajuste Fiscal): 57% da RCL
- Limite da LRF: 60% da RCL
Estados "acima" dos limites na despesa com pessoal:
- Rio Grande do Norte - 67% (ultrapassou o limite da LRF)
- Sergipe - 65,2% (ultrapassou o limite da LRF)
- Minas Gerais - 64,2% (ultrapassou o limite da LRF)
- Acre - 60,2% (ultrapassou limite de alerta da LRF e do PAF, mas ficou dentro do limite total da LRF
- Rio de Janeiro - 59,6% (não ultrapassou limite total da LRF)
- Roraima - 58,8% (não ultrapassou limite total da LRF)
- Paraíba - 58,7% (não ultrapassou limite total da LRF)
- Amapá - 58,2% (não ultrapassou limite total da LRF)
- Rio Grande do Sul - 57,2% (não ultrapassou limite total da LRF)
- Pernambuco - 55,8% (não ultrapassou limite total da LRF)
- Bahia - 55,7% (não ultrapassou limite total da LRF)
- Paraná - 54,8% (não ultrapassou limite total da LRF)
Outros pontos muito importantes
- Maioria dos estados (15) não ultrapassou sequer o limite de alerta da LRF em relação aos gastos com pessoal. Na prática, podem dar um aumento imediato linear a todo o funcionalismo;
- Na contabilização dos gastos com pessoal, além do Tesouro considerar contas de OSs — organizações sociais — (setor privado), é preciso entender que comissionados e temporários também entram na soma.
- Portanto, se retirar da conta OSs e altos comissionados e temporários contratados sem qualquer critério técnico, sobra dinheiro, reiteramos, para valorizar melhor os servidores efetivos dos setores essenciais.