Não há como fugir à lei e aos números dos recursos carimbados para a Educação.
Engenheiro diz que distância entre professores e alunos nas escolas só favorece o coronavírus
Segurança nos padrões exigidos requer salas com pelo menos 110m², quase um auditório. "O mais sensato é manter o isolamento enquanto não tiver vacina para todo mundo", sugere o profissional.
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Educação | Atualizada em 08/01/2021. O Dever de Classe consultou via Messenger o engenheiro civil Renildo C Galvão sobre as distâncias que alunos devem manter entre si e em relação aos professores nas escolas para que não haja perigo muito grande de contaminação pelo coronavírus, caso as aulas retornem agora, como quer o presidente Jair Bolsonaro e inúmeras secretarias de educação de estados e municípios.
O profissional citou dados e recomendações incompatíveis com a realidade brasileira, tanto no setor público como no privado, e sugeriu que o isolamento deve continuar enquanto todo mundo não estiver vacinado. Veja, após o anúncio.
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O que diz o engenheiro
O senhor acha que é possível, em relação ao coronavírus, garantir uma distância segura entre alunos e professores nas salas de aula do Brasil?
Lamentavelmente, não. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é para que as pessoas mantenham pelo menos 1,5m de distância umas das outras para se comunicar e evitar o contágio. No entanto, no meio científico há divergências quanto a isso. Muitos pesquisadores defendem que a distância de até 1,8m ainda não evitaria a contaminação ao ar livre ou dentro de uma sala.
Explique melhor. (Ver após o anúncio).
Para seguir as orientações da OMS, com 1,5m de distância entre os alunos entre si, seria necessário que nossas salas de aula tivessem pelo menos 70m² cada uma, porque também é preciso observar a questão dos professores. E isto para uma turma de apenas 30 alunos.
E se a distância mínima for de 1,8m, citada como não totalmente segura pelos cientistas que divergem da OMS? Aí essa mesma sala com 30 estudantes teria que chegar a no mínimo 110m², quase um auditório. E as turmas com 40, 50 alunos ou mais? Creio que a coisa é inviável. Ou não? Continua, após o anúncio.
Não há saída, então?
Poder-ser-ia dividir uma mesma turma em duas ou três menores, para que o número de alunos por cada sala diminuísse. Isto está sendo feito em países da Europa que reabriram as escolas. A ideia é colocar 15 estudantes no máximo em cada sala. Mas no Brasil, donos de escolas privadas e gestores das públicas têm condições de fazer isso?
Em minha opinião, o mais sensato é adotar os estudos a distância onde puder e manter o isolamento enquanto não houver vacina para todo mundo. Pode ser duro, mas a vida vale mais do que um ano letivo. Mas cada um tem seu ponto de vista e eu respeito.
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