Endurecer ainda mais o regime, de fato, parece ser a alternativa, a única alternativa — que Jair Bolsonaro enxerga para si e seus familiares, em particular os quatro zeros.
E governar sozinho é o sonho delirante de todo ditador, profissional ou não, como é o caso dele mesmo Jair.
Ademais, Bolsonaro não é daqueles que aceita prisão ou trabalha com hipótese de abraçar a morte passivamente. Não. Sempre foi avesso ao contraditório. Nunca seguiu a disciplina e hierarquia militares nem nos quarteis de onde foi expulso.
Dos três fins que ele mesmo elencou, Bolsonaro só vislumbra a vitória. Ele já deu muitas provas de que sua visão é bastante seletiva em relação a isso.
Dessa forma, sabe que precisa dar um golpe maior do que os dados em 2016 e 2018, contra Dilma e Lula, respectivamente, o que prejudicou a maioria da população. Pois sabe também o capitão que, sem um golpe mais duro, seu destino e de sua filharada pode ser a prisão.
Conseguirá dar um golpe com apenas cerca de 25% de apoio popular? Não se sabe. Sabe-se — ou presume-se — apenas que ele não parece querer vacilar em relação a tal intento.
Dia 7 de setembro, de fato, pode ser mesmo só um daqueles dias onde pode acontecer tudo, inclusive nada.
O conjunto da esquerda, no entanto, não precisa ficar somente à espera do que pode ocorrer. Ou poderá ter uma surpresa muito desagradável. Não parece haver meio termo para o capitão.
*Landim Neto é editor do Dever de Classe