URGENTE | Especialista explica como ficará o reajuste do piso dos professores caso projeto de senador seja aprovado!

19/09/2017
Senador Dalirio Beber - CAE - Foto Gerdan Wesley (5)
Senador Dalirio Beber - CAE - Foto Gerdan Wesley (5)

Caso o PLS 409/2016 do senador Dalírio Beber (PSDB-SC) estivesse em vigor, os professores teriam tido perdas de quase 40% nos reajustes do piso nacional do magistério. Pela fórmula que calcula o piso, sempre têm havido ganhos reais acima da inflação, algo que o senador tucano propõe acabar, sob o argumento de que este direito dos professores quebra estados e municípios

DA REDAÇÃO | O especialista em finanças públicas Carlos C Júnior, de Brasília, explica como ficará o reajuste do piso nacional dos professores caso seja aprovado o Projeto de Lei  (PLS 409/2016), do senador Dalírio Beber (PSDB-SC). Ver tabela comparativa mais abaixo.


Governo quer acabar com ganhos reais acima da inflação

Hoje, pela lei federal 11.738/2008 (art. 5º), o piso nacional do magistério deve ser reajustado no início de janeiro de cada ano pelo mesmo percentual de crescimento do custo-aluno referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano. Pela fórmula aplicada pelo MEC desde 2010, piso 2018 deve subir 4,9%, enquanto a inflação oficial de 2017 está estimada para ficar na casa dos 3%. Neste caso, o ganho real é de 1,9%. Leia mais aqui.

O cálculo do piso pelo custo aluno tem significado ganhos reais acima da inflação para os professores. Em 2012, por exemplo, o governo Dilma (PT) autorizou, através do ministro Aloizio Mercadante, reajuste de 22,22%, enquanto a inflação oficial do governo foi de 5,84%. Houve um ganho real, portanto, de 16,38%. De 2010 a 2017, o ganho acima da inflação chegou a 39,47%. Uma pequena vitória dos educadores, sem dúvidas.

Projeto prevê reajustes abaixo da inflação

Caso o (PLS 409/2016) do senador tucano Dalírio Beber passe, no entanto, o piso do magistério poderá, legalmente, ser reajustado abaixo da inflação, o que se configura como um dos maiores retrocessos econômicos para os professores. A medita está em tramitação no Senado. 


O que poderá ocorrer

Se o tal PLS for aprovado ainda este ano, seus efeitos já poderão ser sentidos no reajuste do piso em 2018. Segundo relatório do Banco Central divulgado ontem (18), a estimativa de inflação para 2017 está na casa dos 3%. Isto significa que o piso do magistério pode ser, pelo PLS 409/2016, reajustado abaixo desse percentual, ou seja, menos da metade da correção deste ano, que foi 7,64%.

Compare

Na tabela comparativa ao lado, a evolução do piso do magistério de 2010 a 2017. Na coluna esquerda, o reajuste apenas pela inflação oficial, como prevê o PLS do senador Beber. Na coluna direita, a correção pela lei 11.738/2008, como foi feito até agora. 

Caso o PLS 409/2016 estivesse em vigor de 2010 para cá, os professores teriam tido um prejuízo de, no mínimo, 39,47% em relação aos reajustes desse direito dos educadores. E, caso tambérm tal projeto não seja barrado, nos próximos anos os educadores terão que conviver com mais arrocho.

Observe que o projeto do senador tucano permite que o piso seja reajustado até por índices abaixo da inflação oficial. Os percentuais expostos na coluna esquerda, portanto, poderiam ser ainda menores e as perdas mais elevadas.


Tramitação

Em maio último, o senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, deu parecer favorável ao PLS 409/2016 na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. O projeto, portanto, está tramitando a todo vapor. As organizações sindicais dos trabalhadores em educação devem se mobilizar para impedir que tal medida seja aprovada em definitivo.

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