Continua a repercutir as revelações da Polícia Federal sobre um plano para matar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, ministro do STF. Segundo foi apurado pela PF, esquema operacional dos homicídios foi impresso dentro do Palácio do Planalto "em um momento em que Bolsonaro, ainda presidente, estaria no local."
Muita gente de boa fé se pergunta se isso realmente tem sentido, dada a enorme gravidade da coisa. Sim, tem sentido. E muito. Não é de hoje que Jair Messias Bolsonaro fala em matar presidente.
Nos anos 1990, então deputado federal, Jair Bolsonaro disse ao vivo e em cores que defendia uma guerra civil no País e a morte de trinta mil pessoas, entre as quais o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o FHC, que deveria ser fuzilado. Ficou por isso mesmo, embora à época muitos parlamentares tenham defendido sua cassação, o que não ocorreu.
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Impune, Bolsonaro seguiu livre na sua trajetória de ódio, intolerância e total desrespeito às causas democráticas. Um perigoso defensor da morte de quem pensa diferente dele mesmo.
Não à toa, por ocasião do impeachment da presidenta Dilma (PT), o capitão louvou em sua fala na sessão — o torturador Carlos Brilhante Ustra —, um dos personagens centrais do regime de terror que se instalou no Brasil (1964-1985). Bolsonaro também não sofreu qualquer punição por isso.
Na presidência, continuou sua saga assassina e banalizou as mortes de mais de 700 mil pessoas que sucumbiram ante o vírus da Covid-19. Bolsonaro tripudiava em cima do morticínio, negligenciava a vacina e dizia que a pandemia não passava de uma gripezinha. Punição até agora por isso? Nenhuma.
Agora descobre-se que está envolvido numa trama macabra para matar Presidente da República e vice por envenenamento, e eliminar também, com fuzis, metralhadora e lança-granada — um ministro do Supremo Tribunal Federal. Espera-se que desta vez encontre a cadeia em seu caminho. Ou continuará sua sina de defensor da morte alheia.