Outro ponto não menos importante é o de onde se enquadra esses trabalhador no cenário politico cível na
economia de uma sociedade. A que lugar lhe pertence esta atividade? Sim, porque o papel social lhe foi
atribuído, mas o seu status quo fica sucumbido diante da estrutura social (e suas hierarquias), institucionalmente estabelecida.
Ao mesmo tempo, fica evidente a " lisonja" que lhe soma. A informalidade apregoa aos indivíduos uma
gama de "privilégios" que ao trabalhador formal não se abotoa: Integralidade nos lucros, liberdade ao ponto,
autonomia, liderança. São tópicos que podem ser considerados positivos, se levada em consideração a
exploração que a formalidade natural dos direitos trabalhistas impõe aos brasileiros.
O que se verifica ao abordar esta temática é a condução da economia informal. Muito embora esta atividade
seja de caráter mundial, me parece que no Brasil e, especialmente na região Norte do país, o levante desta
prática esta crescendo de maneira veloz e desordenada, sem o olhar atento e significativo do poder público
e suas referidas autoridades representativas, no que diz respeito à demanda dos menos favorecidos socialmente. Na cidade de
Belém, por exemplo, pelas ruas, lares, bares, coletivos, contravenções, o comércio corre solto, atingindo aqueles que
se encontram desfalcados dos direitos constitucionais.
Esta realidade nos impõe uma dupla perceptiva: 1) o mercado informal cresce à medida que acumula o
desemprego, e 2) a defasagem do rendimento frente ao estado de sobrevivência onde o salário mínimo
determinado ao trabalhador formalizado não condiz com a necessidade de consumo mínimo no país. Tais
fatos, segundo a OIT, impulsionam a elevação da prática informal de aquisição de renda.
Outra carga importante e motivo dessa intervenção é o baixo nível de escolaridade constante no Estado do Pará, e a
invisibilidade ostentada quanto a esta questão. Principalmente quando levamos em consideração que a
região norte no país (com sede em Belém), focalizará nos próximos anos um evento de caráter mundial que, disfarçado pelo cuidado às questões climáticas, objetiva altos investimentos econômicos e o consequente
aumento dos quinhões e rendas para setores mais nobres do poder.
Alheio ao povo e suas necessidades reais de participação efetiva, tanto sobre o ponto de vista politico, como
sobre o ponto de vista econômico e social, a preparação para abrigar a COP 30 na cidade de Belém
segue, e o que o povo persegue é o ganho do pão de cada dia totalmente alheio à grandiosidade de tal evento.
Mas isso é assunto para outro Dia.