A Vergonhosa Realidade dos Baixos Salários dos Professores no Brasil

17/12/2025

>> É comum ouvir que "a educação é a base de tudo". Mas como sustentar essa afirmação quando os professores, que são o alicerce desse sistema, recebem salários que mal cobrem suas necessidades básicas?

>> CategoriasEducaçãoEconomia, Política

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>> Por  Ana B Costa, docente  /  A educação é frequentemente exaltada no Brasil como o pilar de uma sociedade justa, desenvolvida e democrática. Políticos de esquerda e direita são useiros e vezeiros no uso dessa afirmação, principalmente em tempos de campanhas eleitorais.

No entanto, por trás dos discursos demagógicos de políticos e das campanhas publicitárias que "enaltecem o papel do professor", esconde-se uma dura e inaceitável realidade: os profissionais responsáveis por formar gerações inteiras são, em grande parte, desvalorizados, muito mal remunerados. 

Piso vergonhoso

O piso nacional do magistério, por exemplo, é uma vergonha! Não chega em 2025 a R$ 5 mil (apenas R$ 4.867,77) para jornada de 40 horas semanais. E ainda dizem que em 2026 poderá ser reajustado abaixo da inflação. Como pode?

A Contradição da Sociedade que Diz Valorizar a Educação

É comum ouvir que "a educação é a base de tudo". Mas como sustentar essa afirmação quando os professores, que são o alicerce desse sistema, recebem salários que mal cobrem suas necessidades básicas? Em muitas redes de ensino do país, o rendimento mensal de um docente não é suficiente para garantir moradia digna, alimentação adequada e acesso a bens culturais — elementos essenciais para quem tem a missão de inspirar e educar.

Essa contradição revela uma hipocrisia estrutural: exige-se excelência, dedicação e atualização constante, mas oferece-se em troca um salário que não condiz com a importância social da profissão. O resultado é um ciclo de desmotivação, evasão de talentos e precarização do ensino.

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O Impacto Direto na Qualidade da Educação

A desvalorização salarial não afeta apenas os professores — ela compromete toda a sociedade. Profissionais sobrecarregados, obrigados a acumular jornadas em várias escolas para complementar a renda, têm menos tempo para planejar aulas, se atualizar e oferecer um ensino de qualidade. A consequência é um sistema educacional enfraquecido, incapaz de preparar adequadamente os cidadãos do futuro.

Além disso, a baixa remuneração afasta jovens talentos da carreira docente. Muitos estudantes que poderiam se tornar excelentes professores desistem ao perceber que a profissão não oferece estabilidade financeira nem reconhecimento social. Assim, perpetua-se um ciclo de escassez de profissionais qualificados e de desvalorização da educação pública.

A Urgência de uma Mudança Estrutural

Valorizar o professor não é apenas aumentar salários — é reconhecer, na prática, que a educação é prioridade. Isso significa garantir condições dignas de trabalho, investir em formação continuada, reduzir a sobrecarga de tarefas burocráticas e, sobretudo, assegurar uma remuneração compatível com a responsabilidade que esses profissionais carregam.

A sociedade precisa compreender que cada aula ministrada, cada aluno inspirado e cada mente transformada têm um valor incalculável. Continuar ignorando essa realidade é condenar o futuro a um ciclo de mediocridade e desigualdade.

Conclusão

Os baixos salários dos professores são uma ferida aberta na consciência coletiva. Enquanto o discurso sobre a importância da educação não se traduzir em ações concretas de valorização, o país continuará a caminhar em direção oposta ao progresso. Investir no professor é investir no futuro — e não há investimento mais urgente, mais justo e mais necessário do que esse.

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A subvinculação de 70% é uma norma constitucional, hierarquicamente superior à LC nº 173/2020 (Pandemia). Projeto de Lei 3.418/2021 também não interfere na questão. Em caso de sobras de recursos neste ano de 2021, prefeitos e governadores não têm desculpas para não pagar os profissionais do magistério.
Se não houve correção de salário ou outro tipo de valorização financeira do(a) educador(a), é bastante provável que existam sobras de recursos para abono e para incremento no reajuste previsto para janeiro de 2022. Conselho do Fundeb e outros órgãos devem ser acionados para checar os números.
Alteração no Fundeb contraria LDB e eleva de forma desordenada e sem limites o número de profissionais que podem entrar no índice de 70% que deve ser usado para pagar pessoal da Educação. Prefeitos e governadores comemoram a mudança que dará mais votos e menos ganhos salariais aos docentes.
Levantamento feito a partir de dados atualizados do Banco do Brasil mostra que houve significativo crescimento de repasses neste ano de 2021. Como piso do magistério não teve reajuste, aplicação do percentual de 70% no pagamento do magistério da ativa certamente não foi atingido na íntegra.
Pagamento deve ocorrer ainda neste mês de dezembro e será proporcional à jornada de trabalho do pessoal que compõe o magistério. Procuradoria-Geral deu Parecer favorável e um Projeto de Lei para disciplinar a divisão dos recursos será enviado à Assembleia Legislativa.