Professora fala dos recursos para pagar o piso do magistério e anima colegas para a luta!

15/01/2020

Educação / "Há muito dinheiro. E a única saída pra não pegar calote é organizar os trabalhadores e partir para a greve em todo o Brasil, se preciso for", diz a combativa docente.

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A professora Albetisa Moreira é uma grande lutadora. Marxista leninista e militante do Partido da Causa Operária (PCO), dentre as muitas ações que ajudou a comandar há duas históricas greves em 2012. Lutas ocorreram simultaneamente na Rede Estadual do Piauí e na Prefeitura de Teresina. 

Na primeira, o saldo foi de 22,22% de reajuste, percentual do piso autorizado pela presidenta Dilma Roussef (PT) para aquele ano. Na segunda, um pouquinho mais: 24%. 

Após o anúncio, a professora Albetisa fala com exclusividade para o DEVER DE CLASSE sobre a atualização do piso para este ano e se diz otimista, pois mostra que há muitos recursos para que o direito do magistério seja cumprido.

DEVER DE CLASSE: Na sua avaliação, estados e municípios podem pagar os 12,84% de reajuste?

Claro que sim! Há muitos recursos. Essa conversa de falta de dinheiro é história pra boi dormir. Em apenas dois meses, o Estado da Bahia, por exemplo, só de verbas do Fundeb recebeu quase R$ 574 milhões. O do Rio Grande do Norte, mais de R$ 154 milhões. São Paulo, mais de R$ 3 bilhões. E o nosso Piauí, o mais pobre da federação, quase R$ 174 milhões. Em todos os estados é assim, muito dinheiro. Basta ir no site do Banco do Brasil e ver lá. Podem perfeitamente pagar os 12,84%. Na realidade, prefeitos e governadores querem encher os bolsos com as verbas do Fundeb, do Precatório do Fundef, da Cessão Onerosa do Pré Sal e não querem repassar para o professor, que é quem trabalha. Eles querem dar calote e depois repassar o dinheiro para empresários, banqueiros, instituto Alfa e Beto, Airton Senna, Fundação Lemann e outros. Continua, após o anúncio.

DEVER DE CLASSE: O que deve ser feito então para que não haja o calote?

A única saída pra não pegar calote é a organização dos trabalhadores. É preciso seguir o exemplo do próprios prefeitos e governadores, que mesmo se dizendo situação e oposição se unem contra os professores e querem exterminar a lei do Piso.

Teremos que fazer um forte movimento, como fizemos por exemplo em 2012, onde em Teresina enfrentamos a intransigência do prefeito Elmano Ferrer, que foi obrigado a voltar atrás e conceder o aumento de 24%. E no Estado também fizemos uma greve fortíssima, com saldo muito positivo no final, 22,22%. A saída é a greve em todo o Brasil. Continua, após o anúncio.

DEVER DE CLASSE: E o que fazer com os prefeitos e governadores caloteiros?

Olha, já sabemos que os governadores e prefeitos dos partidos de direita são contra as políticas públicas, contra escola pública e não defendem os trabalhadores em educação. Então esses aí já são inimigos declarados. Agora governador de esquerda ser contra educadores é chocante. Quem for contra o piso e estiver em partido de esquerda tem de ser declarado inimigo dos trabalhadores e da educação.

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