Especialista explica como EAD traz economia mas piora ensino e prejudica salários de professores! Leia e compartilhe...
Substituir profissionais do magistério por aparelhos de TV é mais econômico aos cofres públicos. Mas isto piora a valorização dos educadores e a qualidade do ensino
Palavras-chave: Economia, Educação, Bolsonaro | O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) quer adotar em todo o País o projeto de Educação a Distância (EAD). Medida é para ser implantada — segundo o capitão — do Ensino Fundamental ao Superior, passando pelo Ensino Médio. O futuro ministro da Educação — Ricardo Vélez Rodríguez — é liberal e grande entusiasta da ideia. (Vote na enquete ao final da matéria).
Na prática, EAD é a troca de professores e demais profissionais do magistério por monitores de TV. Em matéria no O Globo, em 7 de agosto deste ano, o capitão justificou:
"Conversei muito sobre ensino a distância. (...) Você pode fazer ensino a distância, você ajuda a baratear." (Dê sua opinião na enquete ao final da matéria).
Economia
Segundo Flávio P Mendes — especialista em finanças públicas — a proposta de Bolsonaro de fato pode baratear os custos com a educação do País e trazer forte economia aos cofres estatais.
Mendes diz que, segundo o Censo Escolar do MEC divulgado em janeiro de 2018, na Educação Básica há 2,2 milhões de professores, a maioria em estabelecimentos públicos nos estados e municípios.
"Imagine trocar esse exército de educadores por um monitor de TV? A economia seria fantástica", diz o economista. "E isto sem falar no nível superior, que também teria a mesma modalidade de ensino a distância", completa. Após o anúncio, veja o impacto disso nos salários dos educadores.
Professores perdem
Flávio Mendes pondera, no entanto, que a proposta de Bolsonaro pode piorar ainda mais a vida financeira dos educadores. Diz o especialista:
Quando se substitui docentes por monitores de TV, há economia de duas formas: não será mais preciso contratar novos professores, o que prejudica recém licenciados, que ficarão sem emprego e salários.
Com EAD, prefeitos e governadores poderão também congelar salários dos atuais mestres. Se serão descartados das salas de aula, que força terão para lutar por reajustes salariais futuros?
É preciso, assim, cautela com esse tipo de economia que Jair Bolsonaro e seu futuro ministro da educação pretendem fazer, conclui o especialista.
Após o anúncio, dê sua opinião na enquete
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