A lei 11.738
chamada lei do piso foi criada com o
objetivo de equiparar o salário do professor com outros profissionais de nível
superior, no entanto, vem sendo desrespeitada por governadores e prefeitos em
todo o Brasil. Aqui no estado do Piauí alega-se, entre outros motivos, a queda
na arrecadação, a Lei de Responsabilidade Fiscal LRF e o impacto financeiro nas
contas do estado, porém, demonstrar-se-á que estes argumentos não são válidos.
Para
o ano de 2023 o reajuste do piso foi de 14,95% passando de R$ 3 845, 63 para R$
4 420, 55, quanto a isso o governador do Piauí Rafael Fonteles do PT assinou o
reajuste de 14,95% somente para as classes A e B. Para as classes SL e SE I
houve o complemento até chegar a R$ 4 420, 55, e, para quem recebe acima do
piso não houve nenhum reajuste e com isso, o piso dos professores foi
transformado em teto, e o que é mais grave, os docentes que mais estudaram
ficaram de fora do aumento. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do
Piauí o Sinte foi contra essa decisão. O líder do governo na Assembleia Legislativa
o deputado Fábio Novo do PT, afirmou que o Piauí teve a queda em sua
arrecadação por conta do teto dos combustíveis, no entanto, O Supremo Tribunal
Federal (STF) concedeu liminar ao
estado do Piauí que permitiu a
compensação financeira pela perda na arrecadação do Imposto sobre Operações
relativas à Circulação de Mercadorias
(ICMS). Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br. Neste ano o governo federal
anunciou o acordo entre a União e os estados sobre a compensação referente ao
ICMS que deixou de ser arrecadado no segundo semestre do ano passado sobre os
combustíveis. Como o Piauí já havia sido compensado em R$ 500 milhões, agora,
pelo acordo, o estado terá que devolver R$ 200 milhões de forma parcelada. Fonte: www.meionorte.com.
O governo do Piauí também alega a
LRF como o impedimento de se conceder o reajuste, no entanto, o Piauí fechou o
ano de 2022 com o gasto de 50% sobre a Receita Corrente Líquida, o limite
máximo seria de 60%. Fonte: portal.sefaz.pi.gov.br. Logo percebe-se que a LRF
não é impeditiva. Vale salientar também, que de acordo com o Novo Fundo de
Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização do Magistério o Fundeb, a
participação da União ao fundo passará de 10% para 23% de forma gradativa, para
esse ano o incremento da União será de 17% no Fundeb e chegará a 23% em 2026.
Fonte: www.camara.leg.br/noticias.
Outra informação relevante é que o estado do Piauí só gastou 47% com a folha de
pagamento do pessoal da educação no primeiro bimestre de 2023, de acordo com o
Novo Fundeb, o estado é obrigado a gastar no mínimo 70%, logo, os 23% não
utilizados terão que ser rateados com os profissionais da educação agora em
abril conforme a lei assinada pelo governador Rafael Fonteles. O estado só
gastou 18,81% das receitas de impostos e transferências vinculada á educação, o
mínimo seria 25% de acordo com a lei. Este
impacto da folha anunciado pelo governo não procede, o Fundeb financia o
reajuste salarial dos professores ativos, já os aposentados que são maioria não
são pagos pelo Fundeb e sim pelo Fundo da Previdência.
Como
demonstrado acima, a arrecadação do estado do Piauí não caiu, pelo contrário,
aumentou tanto que terá que devolver recursos á União, o estado encontra-se dentro do limite da Lei
de Responsabilidade Fiscal, o Piauí só gastou 47% do Fundeb com a folha de
pagamento do pessoal da educação deixando de utilizar 23%. Também só utilizou
18,81% das receitas e transferências vinculadas á educação, o mínimo seria de
25%. Houve o aumento da participação da União no Fundeb, pulou de 10% para 17%
esse ano e continuará aumentando de forma gradativa até chegar a 23% em 2026. O governo do Piauí tem muita propaganda, mas
de fato falta respeito, consideração e valorização dos professores.