Camilo Santana anunciou recentemente que enviaria projeto sobre isso ao Congresso Nacional
Professor critica governo por descumprir reajuste linear do magistério
Segundo levantamento do educador, há sobra de recursos do Fundeb e Rafael Fonteles não concede 14,95% linear porque não quer.
Piso do Magistério | Professor da Rede Estadual do Piauí e do município de Teresina, Paulo Sérgio Santos Rocha critica o governador Rafael Fonteles (PT) por descumprir o reajuste linear do magistério. Segundo levantamento do educador, há sobras de recursos do Fundeb, e o governador não concede 14,95% linear para todos porque não quer.
Leia também: Piauí pode entrar em greve pelo reajuste do magistério
Confira a íntegra do artigo, após o anúncio.
Governo do Piauí não valoriza os professores
A lei 11.738 chamada lei do piso foi criada com o objetivo de equiparar o salário do professor com outros profissionais de nível superior, no entanto, vem sendo desrespeitada por governadores e prefeitos em todo o Brasil. Aqui no estado do Piauí alega-se, entre outros motivos, a queda na arrecadação, a Lei de Responsabilidade Fiscal LRF e o impacto financeiro nas contas do estado, porém, demonstrar-se-á que estes argumentos não são válidos.
Para o ano de 2023 o reajuste do piso foi de 14,95% passando de R$ 3 845, 63 para R$ 4 420, 55, quanto a isso o governador do Piauí Rafael Fonteles do PT assinou o reajuste de 14,95% somente para as classes A e B. Para as classes SL e SE I houve o complemento até chegar a R$ 4 420, 55, e, para quem recebe acima do piso não houve nenhum reajuste e com isso, o piso dos professores foi transformado em teto, e o que é mais grave, os docentes que mais estudaram ficaram de fora do aumento. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do Piauí o Sinte foi contra essa decisão. O líder do governo na Assembleia Legislativa o deputado Fábio Novo do PT, afirmou que o Piauí teve a queda em sua arrecadação por conta do teto dos combustíveis, no entanto, O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu liminar ao estado do Piauí que permitiu a compensação financeira pela perda na arrecadação do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS). Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br. Neste ano o governo federal anunciou o acordo entre a União e os estados sobre a compensação referente ao ICMS que deixou de ser arrecadado no segundo semestre do ano passado sobre os combustíveis. Como o Piauí já havia sido compensado em R$ 500 milhões, agora, pelo acordo, o estado terá que devolver R$ 200 milhões de forma parcelada. Fonte: www.meionorte.com.
O governo do Piauí também alega a LRF como o impedimento de se conceder o reajuste, no entanto, o Piauí fechou o ano de 2022 com o gasto de 50% sobre a Receita Corrente Líquida, o limite máximo seria de 60%. Fonte: portal.sefaz.pi.gov.br. Logo percebe-se que a LRF não é impeditiva. Vale salientar também, que de acordo com o Novo Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização do Magistério o Fundeb, a participação da União ao fundo passará de 10% para 23% de forma gradativa, para esse ano o incremento da União será de 17% no Fundeb e chegará a 23% em 2026. Fonte: www.camara.leg.br/noticias. Outra informação relevante é que o estado do Piauí só gastou 47% com a folha de pagamento do pessoal da educação no primeiro bimestre de 2023, de acordo com o Novo Fundeb, o estado é obrigado a gastar no mínimo 70%, logo, os 23% não utilizados terão que ser rateados com os profissionais da educação agora em abril conforme a lei assinada pelo governador Rafael Fonteles. O estado só gastou 18,81% das receitas de impostos e transferências vinculada á educação, o mínimo seria 25% de acordo com a lei. Este impacto da folha anunciado pelo governo não procede, o Fundeb financia o reajuste salarial dos professores ativos, já os aposentados que são maioria não são pagos pelo Fundeb e sim pelo Fundo da Previdência.
Como demonstrado acima, a arrecadação do estado do Piauí não caiu, pelo contrário, aumentou tanto que terá que devolver recursos á União, o estado encontra-se dentro do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal, o Piauí só gastou 47% do Fundeb com a folha de pagamento do pessoal da educação deixando de utilizar 23%. Também só utilizou 18,81% das receitas e transferências vinculadas á educação, o mínimo seria de 25%. Houve o aumento da participação da União no Fundeb, pulou de 10% para 17% esse ano e continuará aumentando de forma gradativa até chegar a 23% em 2026. O governo do Piauí tem muita propaganda, mas de fato falta respeito, consideração e valorização dos professores.
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