A desculpa para o novo aumento é a cotação do produto no mercado internacional e a variação do câmbio. Esse é o critério adotado pela Petrobrás desde junho para determinar o preço do produto do qual dependem 96% das famílias no país, abastecendo 59,5 milhões de residências. Para se ter uma ideia do que é isso, entre 2003 e 2016 o reajuste realizado ao GLP pela Petrobrás foi de 16,4%.
Essa política de preços adotada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e a Petrobrás determina que você vai pagar mais pelo gás não por eventuais problemas de produção, ou alguma dificuldade da estatal, mas simplesmente porque o preço do gás na Europa subiu por conta do inverno na região. E porque o dólar está mais caro. O preço do seu gás de cozinha é ditado pelo mercado internacional, mês a mês.
De acordo com a gestão Pedro Parente na Petrobrás, a nova política de preços está em "linha com o planejamento estratégico 2017-2021 da estatal". Planejamento este que significa o avanço da privatização da Petrobrás, a exemplo do que a empresa vem fazendo com as suas subsidiárias, como a Liquigás, distribuidora vendida recentemente ao grupo Ultragaz, assim como as sucessivas tentativas de privatização da BR Distribuidora. É uma política que privilegia os lucros dos acionistas internacionais da Petrobrás e as empresas privadas que atuam na distribuição do produto, em detrimento dos milhões de famílias que dependem do gás para cozinhar.