Em assembleia estadual no sábado (22), categoria rejeitou contraproposta patronal
Cientista Social diz que novo ministro da Educação é um deturpador do conhecimento
COMPARTILHE!
Para a pensadora, não há esperanças de uma Educação emancipadora com alguém que tem como prioridade atingir objetivos evangelizadores.
Publicidade

Educação | A Cientista Social e professora da Educação Básica Fabíola de Azevedo Lemos concedeu entrevista ao Dever de Classe e falou sobre alguns pontos de vista defendidos pelo pastor Milton Ribeiro, novo ministro da Educação. Para a pensadora, Ribeiro é um deturpador do conhecimento, pois tem como prioridade atingir objetivos evangelizadores, o que se contrapõe a uma educação emancipadora no País. A cientista diz ainda que ao defender castigos físicos para crianças, o novo ministro certamente mostra-se contrário ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Confira a íntegra da entrevista, após o anúncio.
Leia também:
- "Ministro pastor é do tempo do 'bumba' e nocivo à educação", escreve editor do Dever de Classe
- "Ministro erra ao pregar castigos físicos para crianças; Brasil precisa é valorizar nossos educadores", diz delegado
- Fala do ministro pastor sobre sexo leva internautas a achar que ele é enrustido ou marido da Damaris
O novo ministro da educação defende castigos físicos para crianças como método de ensino. O que você acha disso?
Alguém que não aceita
que a Escola ensine os conceitos preliminares para uma sexualidade saudável,
mas a faculta ao direito de castigar fisicamente uma criança, é alguém que
certamente condena os direitos assegurados pelo ECA. Obsceno como uma sociedade
que naturaliza o trabalho infantil.
O pastor também afirma que nas universidades públicas se ensina "sexo sem limites". De onde você acha que ele tirou esse entendimento? Ver após o anúncio.
Ele adapta os conceitos fundamentais da filosofia existencialista. Essa corrente filosófica é subversiva por expor a condição de liberdade em ruptura à visão teleológica de uma suposta "vida com sentido" tão importante ao projeto fundamentalista cristão. Sem contar que o desejo sexual é, por essência, impossível de ser submetido ao poder. Por isso "perigoso" e "indócil". Seria o cúmulo do retrocesso tirar o pensamento existencialista da grade curricular de um curso de filosofia.
É possível ter alguma esperança em relação a esse novo ministro? Por quê?
Não há esperanças de uma educação emancipadora, vindo de alguém que deturpa o conhecimento a fim de atingir seus objetivos evangelizadores.
Que saídas emergenciais, em sua opinião, há para a educação pública no Brasil?
Estamos em um momento de defensiva. Não vejo condições de buscarmos saída para seguirmos avançando enquanto não derrubarmos esse governo [Bolsonaro]. Dos três apelos utilizados pra eleger Bolsonaro (Segurança, combate à corrupção e moral cristã) só resta justamente o apelo moral, já que os dois primeiros foram bastante desgastados com a dissidência de Sérgio Moro. Esse apelo moral representado nas pautas de costume será acionado ao máximo pra manter sua última base de sustentação. A educação é uma pasta fundamental para esse projeto. Por isso, mais prejuízos ainda estão por vir.
COMPARTILHE!
Faça uma pequena doação de qualquer valor, para ajudar a cobrir os custos de manutenção do site. Caso não possa ou não queira colaborar, continue a nos acessar do mesmo jeito enquanto estivermos ativos. Gratos.
Curta nossa página e receba atualizações sobre este e outros temas!
Anúncio
Mais recentes...
Debate se deu em torno de um Projeto de Lei que atualize as regras do Piso, bem como avaliou possíveis avanços no seu mecanismo de correção anual
Ministro Camilo Santana declarou que enviará projeto sobre o tema ao Congresso Nacional, o que pode trazer algumas implicações
Na trama golpista toda — plano para matar Lula, Alckimin e Alexandre de Moraes — certamente é o ponto-chave que não sairá barato ao capitão
Evite as repetições desnecessárias e torne seu texto mais atrativo e enxuto
Do total da carga horária semanal, pelo menos 1/3 deve ser sem interação direta com os alunos, diz lei que o Supremo reconheceu como constitucional