Outro item que teve proeminência entre as notícias
internacionais envolvendo o Irã foi a tensão militar entre iranianos e os
americanos e seus aliados no Golfo Persico e Estreito de Ormuz. Ainda na
primeira quinzena de junho deste ano dois navios petroleiros (um japonês e
outro norueguês) foram bombardeados no Golfo de Omã e Myke Pompeo (Secretário
de Estado americano) pessoalmente e imediatamente responsabilizou o Irã pelo
ocorrido. Na ocasião, não por coincidência, o Primeiro Ministro do Japão Shinzo
Abe, visitava Teerã. Os americanos chegaram a divulgar vídeos do que seria uma
embarcação com iranianos colocando uma mina magnética na lateral do casco do
navio japonês. A farsa foi revelada logo que a própria tripulação do navio
revelar que havia um drone
sobrevoando o navio e que a explosão teria sido causada por um projétil que
veio de cima e não dos lados. Desde então outros navios sofreram ataques, drones americanos forma derrubados,
espiões presos, e a disputa tem no seu centro geográfico no Estreito de Ormuz
(controlado pela Guarda Revolucionária Islâmica do Irã) que liga Golfo de Omã,
Golfo Pérsico e Oceano Índico. Por este trecho passa boa parte do petróleo do
mundo.
Nos dois casos os Estados Unidos agem no sentido de
desestabilizar as relações daquela região com o resto do mundo. Enquanto as
diferenças se acirram o presidente do Irã já afirmou que os Estados Unidos será
responsável pela "mãe de todas as guerras". De fato, o conflito deve considerar
que o Irã tem uma população de mais de 80 milhões de habitantes (mais que
Iraque e Afeganistão juntos), mais de 500 mil soldados na ativa e capacidade
bélica moderna. Deve ser considerado também que esse conflito inevitavelmente
envolveria dezenas de outros países dos dois lados e criaria um aumento
disparado do já gigantesco número de refugiados pelo mundo, além da alta do
petróleo e o risco de uma hecatombe nuclear.
Entretanto, a valentia de Trump é limitada. A eleição
presidencial americana se aproxima e ele deve agir com mais cautela em algumas
áreas do que sinalizam suas bravatas no Twitter. Ele já mandou cartinha para
Coreia do Norte e China, brindou com Putin e recuar, mesmo que momentaneamente,
nos ataques ao Irã também não é impossível. Oremos pela saída pacífica.