Pesquisas a favor de Nunes não dizem muita coisa, pois têm errado muito, inclusive em relação a esse próprio candidato. Um dia antes da eleição do primeiro turno, o emedebista sequer passaria para a segunda rodada, segundo consulta do importante instituto Atlasintel. Outros relevantes fatores também indicam a virada e vitória do candidato do PSOL.
Saraivada de tiros e mortes em Las Vegas abre debate sobre liberação de armas no Brasil!
Por *Rogério Evangelista | O maior massacre da História moderna dos EUA comoveu os norte-americanos e chocou o mundo. No Brasil, fato serviu para levantar o debate sobre o Projeto de Lei nº 7.282/2014, do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que prevê a liberação de armas em nosso País. (vote na enquete ao final da matéria).
No caso dos EUA, muitos estão ainda a se perguntar: o que motivou Stephen Paddock, um homem honesto, aposentado, até então pacato e já com 64 anos a pegar armas e disparar contra milhares de pessoas, matar 59 e ferir 527? Difícil de responder, pois ele também está morto.
No campo das especulações, porém, o que primeiro vem à cabeça de qualquer pessoa é que ele matou porque tinha acesso fácil e legal a muitas armas de fogo. Estavam sob seu poder 42, dentre as quais 8 fuzis, além de explosivos e milhares de cartuchos e munição.
A liberação de armas no Brasil poderia abrir caminho para tragédias como esta que ocorreu nos EUA? Para Jair Bolsonaro, não. Ele alega que apenas os "cidadãos honestos" terão acesso ao porte de armas. Mas Stephen Paddock era um cidadão honesto, trabalhou até conseguir se aposentar. Por isso ele teve acesso ao arsenal de guerra que estava sob seu domínio. E aí?
Bolsonaro também apresenta como um dos principais argumentos de seu projeto a tese de que os bandidos já andam armados e os "cidadãos de bem" não. Porém, com mais armas em circulação, não ficaria era mais fácil para os meliantes se armarem ainda mais? Imagine um assalto em que o bandido consegue imobilizar um "cidadão de bem". Entre os pertences do "cidadão de bem" poderia estar mais uma potente arma para o bandido.
O tema é polêmico. Num País violento como é o Brasil, armar os ditos "cidadãos de bem" seria uma forma de lhes dar mais proteção, não restam dúvidas. Mas também poderia contribuir para uma banalização ainda maior da violência como um todo. Imagine dois "cidadãos de bem" estressados no trânsito, e cada um com uma pistola na cintura. O que poderia terminar apenas em xingamentos poderia fluir para assassinato.
A liberação de armas no Brasil, como quer Bolsonaro, deve passar obrigatoriamente por um amplo processo de discussão no seio de toda a sociedade. É preciso tomar cuidado para não transformar em mais problemas o que poderia ser uma solução. Stephen Paddock é um macabro exemplo disso.
*Rogério Evangelista é professor de Sociologia na Rede Estadual de Minas Gerais
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