Hoje na História: 25 de Abril
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"Além da questão do Fundeb, há também os efeitos ruins da Reforma da Previdência, que já começaram a aparecer, e as ameaças da Reforma Administrativa, além da promessa de reajuste zero para o piso nacional em 2021. A conjuntura exige luta."
Educação | A Cientista Social Ana T Martins, entrevistada pelo Dever de Classe, disse que os profissionais do magistério — professores e todos os demais —, devem se mexer se não quiserem morrer de fome. Ela fala sobre a privatização do Fundeb, reformas da Previdência e Administrativa, e a promessa de reajuste zero no piso nacional da categoria em 2021. "A conjuntura exige luta", diz. Veja, após o anúncio.
Por que a senhora diz que os educadores têm que se mexer para não morrer de fome?
Todas as medidas que o governo Bolsonaro vem tomando afetam em cheio a vida dos profissionais do magistério. Ontem (10), na Câmara, seus aliados simplesmente privatizaram o Fundeb. E é desse fundo que sai o salário dos educadores. Se a categoria não se mobilizar para reverter isso no Senado, como irão receber dinheiro? Vão se contentar com as migalhas que sobrarem? A conjuntura exige luta, não há outra saída.
Além da questão do Fundeb, que outras medidas prejudicam o magistério? (Ver, após anúncio).
A Reforma da Previdência, também do governo Bolsonaro, já começa a surtir efeito negativo sobre os professores. Aumentou significativamente o tempo para adquirir aposentadoria integral e a alíquota mensal subiu muito, o que na prática reduz os ganhos da categoria. Lamentavelmente, até governos do PT estão aplicando esse projeto em alguns estados e municípios. Isto é mais uma razão para que todos se mexam.
O que mais afeta de maneira negativa o magistério?
No caso específico dos professores, tem a promessa de reajuste zero no piso nacional da categoria em 2021. Bolsonaro já publicou inclusive uma portaria neste sentido. Sem repor sequer a inflação, como os docentes vão sobreviver? Continua, após o anúncio.
E o que mais?
Tem a Reforma Administrativa, já tramitando no Congresso. Ela acaba com a estabilidade, inclusive dos atuais educadores, diminui férias e abono salarial e retira uma série de direitos já conquistados. Por isso, repito: magistério tem que se mexer para não morrer de fome. A conjuntura exige luta.
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Análise é do professor Paulo Feldmann, da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP.
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