Piso nacional dos professores só aumentou 1,35%, explica economista

13/01/2017

Desde que passou a vigorar, em 2009, apenas em 2011 e 2012 o piso teve um ganho real melhor, no primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff (PT)

Da Redação | O percentual de reajuste do piso nacional do magistério anunciado ontem (12) pelo ministro Mendonça Filho não agradou os professores das redes básicas públicas do país. "Apenas 7,64% não representa nada em cima de salários tão baixos como os nossos", disse a professora Sara Nogueira, da Rede Estadual do Piauí. Em centenas de outros comentários pelas redes sociais, este é o sentimento da ampla maioria dos educadores brasileiros.

Por outro lado, se os docentes não ficaram satisfeitos com os 7,64%, é provável que se irritem ainda mais com as explicações do economista Sérgio M Falcão sobre o assunto.  

Falcão explica que na verdade os professores só tiveram ganho real de 1,35%, porque o restante (6,29%) corresponde apenas à inflação oficial de 2016 divulgada pelo governo. "O que é repassado da inflação não representa ganho nenhum, e sim uma mera compensação pela alta dos preços", diz.

O piso do magistério foi criado no primeiro governo Lula com o intuíto de valorizar o salário do professor acima das taxas infacionárias, de modo a que, aos poucos, os educadores pudessem equiparar seus ganhos aos de outras categorias. "Com crescimento real como este de 1,35% em 2017, os professores ainda terão que enfrentar décadas de trabalho para verem seus salários chegarem perto dos que ganham melhor no serviço público", destaca o economista.

Em 2011 e 2012, no primeiro mandato de Dilma, piso teve os melhores ganhos reais

Desde que passou a vigorar, em 2009, os anos em que o ganho real foi melhor foi em 2011 e 2012, no primeiro mandato da presidenta Dilma (PT). Para uma inflação oficial de 6,50% (2011), a presidenta e o ministro Mercadante autorizaram correção de 15,85%. O ganho real foi de 9,35%.

E em 2012, para uma inflação oficial de 5,84%, o reajuste ficou em 22,22%, com aumento real de 16,38%, quase três vezes mais a taxa inflacionária.

O problema é que mesmo o reajuste de 7,64% sendo tão baixo, ainda assim prefeitos e governadores já anunciam que não podem pagar. E os professores já anunciam também uma greve nacional geral em todo o país.

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