A senhora acha que a coisa é tão grave assim?
Claro. Não é pessimismo. É senso de realidade. Imagine uma jovem enfermeira que entre no serviço público após a aprovação da reforma. Se ela tiver um chefe inescrupuloso, o que pode ocorrer? Ele vai assediá-la. Se não aceitar, o moço pode transferi-la do local de trabalho ou mesmo fazer algum tipo de manobra para que seja demitida, já que não tem estabilidade nenhuma. Infelizmente, tende a ser assim.
E quanto aos atuais servidores?
Também estão na mesma situação. A reforma diz que os atuais servidores terão que passar por avaliações periódicas de desempenho. Quem não passar nesses testes, será demitido. E já tem inclusive um projeto desses no Congresso, cujos principais critérios de avaliação são subjetivos, isto é, dependem do humor e do entendimento da equipe que avaliará o funcionário. Essa equipe avaliadora será comandada pelo chefe imediato do servidor. No início do ano, no Twitter, o ministro da Economia Paulo Guedes deu a senha: "Para ganhar estabilidade tem que provar que é um bom servidor, ter espírito de equipe, ser aprovado pelo chefe." Agora imagine se o chefe tiver alguma antipatia por quem ele irá avaliar? Continua, após o anúncio.