A marquesa de Merteuil, de modo mais astuto, propõe a ele entregar-se depois da sua mais audaciosa conquista mediante uma prova escrita em carta. Eles iniciam um jogo de conquistas e seduções que envolvem sentimentos de amor, vaidade, perversões, vinganças, ódios e chantagens. Um caldeirão de afetos explosivamente trágicos.
O visconde não contava, porém, que a marquesa de Merteuil foi uma mulher que se inventou naquela sociedade de modo muito singular, pois anos de silêncio, observação e estudos produziram uma sagacidade ímpar que a tornou muito hábil e ele virou presa fácil para o seu maior triunfo: derrotá-lo enquanto sedutor.
Traído pelos próprios sentimentos incompatíveis entre si, amor e vaidade, Visconde de Valmont é duramente golpeado e vencido. Pela primeira vez, apaixona-se verdadeiramente por uma mulher, madame de Turvell.
A marquesa explora esses afetos e o manipula para o suicídio. O visconde, no entanto, antes de morrer, revela a personalidade perigosa da marquesa através das cartas com que se correspondiam. É um golpe fatal em seu prestígio. Tudo que fora, duramente, construído por anos, estava destruído.
A obra antecipa muitas descobertas freudianas, principalmente a caracterização da estrutura psíquica perversa. O perverso goza ao produzir angústia no outro, tal traço de personalidade está nos dois personagens principais da trama. É um belíssimo filme. Vale a pena ver.