Bolsonaro ameaça criar dez "novas" universidades e institutos federais sem nenhuma vaga para aluno

26/10/2021

Com iniciativa, 2.912 novos cargos serão disponibilizados nas bases de parlamentares aliados do governo, a partir do desmembramento de instituições já existentes. É mais reforço para as eleições de 2022.

Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Piauiense é líder do centrão e um dos mais beneficiados pela medida anunciada pelo governo. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Piauiense é líder do centrão e um dos mais beneficiados pela medida anunciada pelo governo. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Educação | O presidente Jair Bolsonaro está em plena campanha para as eleições de 2022. E seu foco persecutório no momento é a educação. Após propor surrupiar precatórios dos professores para financiar o programa eleitoreiro "Auxílio Brasil", capitão ameaça agora criar "dez" novas universidades e institutos federais de educação a partir do desmembramento de instituições desse tipo já existentes em regiões do País. 

Sem aluno e com o centrão

Detalhe curioso do projeto: não há previsão de nenhuma nova vaga para aluno. Em "compensação", contudo, 2.912 novos cargos serão disponibilizados nas bases de parlamentares aliados do governo. Ciro Nogueira (PP-PI) — ministro da Casa Civil e líder máximo do centrão — é um dos mais beneficiados pela medida anunciada pelo governo a um ano das eleições de 2022.

Críticas

Reitores e estudantes criticam o projeto, conforme podemos ver após o anúncio.

Ciro Nogueira e o centrão são os maiores beneficiados

O atual ministro da Casa Civil e líder máximo do centrão — Ciro Nogueira (PP-PI) — é um dos maiores beneficiados com o projeto de expansão fajuta de universidades e institutos federais já existentes. A Unifesspi, no Piauí, segundo matéria do Globo (25) "será composta pelos campi de Picos, Bom Jesus e Floriano, que pertenciam à UFPI. Tanto a estrutura física quanto de pessoal será aproveitada, incluindo o corpo docente. No entanto, haverá criação de cargos para administração da nova universidade. Os postos de coordenação de curso, direção e funções gratificadas serão remanejados ao MEC para que a pasta decida sobre elas." 

O mesmo tipo de presente será dado a aliados do presidente Jair Bolsonaro no Amazonas, Maranhão, Mato Grosso e Espírito Santo.

Firula

Para a estudante Bruna Brelaz, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), expansão de universidades e institutos federais proposta por Bolsonaro não passa de firula.

— Qualquer tipo de desmembramento tem que estar ligado a ampliação de vagas na universidade. Fazer um movimento de dividir uma universidade, só visando garantir mais cargos, não cumpre nenhum papel — afirma, segundo também O Globo. Continua, após o anúncio.

Reitores contra

Marcos David — presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) — também é contra a proposta:

— O processo de expansão deve ser debatido com as universidades e defendemos a recomposição para orçamento compatível com as necessidades, prinicipalmente nesse cenário de retomada das atividades presenciais. O orçamento em 2021 é 16% menor que 2020, isso está cobrando o preço agora — argumenta, ainda de acordo com O Globo.


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