Íntegra do texto do professor:
"Piso do Magistério 2026: o que os dados já sinalizam
O fim do ano se aproxima, e junto com ele vem a expectativa pela última Portaria Interministerial MEC/Fazenda — que definirá o percentual de reajuste do piso do magistério para 2026.
Enquanto o anúncio oficial não chega, é possível antecipar tendências analisando dois indicadores:
👉 as matrículas do Censo Escolar;
👉 e a arrecadação dos principais impostos que alimentam o Fundeb.
Os dados provisórios do Censo Escolar 2025, disponíveis no painel Mapa de Coleta do Inep, mostram uma queda expressiva de cerca de dois milhões de matrículas nas redes estaduais entre 2024 e 2025. Em contraste, as redes municipais mantiveram relativa estabilidade. Só o estado de São Paulo responde por mais da metade dessa redução.
Do lado fiscal, 2025 apresenta alta na arrecadação do ICMS — o principal imposto estadual e responsável por mais de 50% do Fundeb. Como 20% dessa receita é vinculada à educação, o aumento reforça o caixa do Fundo.
🔹 Menos matrículas.
🔹 Mais arrecadação.
Essa combinação tende a elevar o VAAF-MIN Nacional — e, consequentemente, o piso do magistério.
Assim, é plausível projetar para 2026 um reajuste superior aos 6,27% aplicados em 2025 — possivelmente entre 10% e 15%?
Os fatores de ponderação seguem inalterados, conforme decisão da Comissão Intergovernamental do Fundeb. Ou seja, a variação decorre das próprias fórmulas de cálculo e das estimativas da União.
Agora, resta acompanhar a última Portaria Interministerial MEC/Fazenda, prevista para a última semana de 2025.
O cálculo do VAAF-MIN-Nacional é técnico — mas seus efeitos são profundamente políticos."
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