Piso ou vencimento inicial não pode ser confundido com remuneração, como muitos prefeitos e governadores sempre querem fazer crer
Reforma Administrativa é demolição contra o funcionalismo público
PEC 32/2020 foi proposta logo no segundo ano de mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro; propõe acabar estabilidade e outros direitos do funcionalismo da União, estados, DF e municípios
Ex-presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia Paulo Guedes. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
- Colabore! Pix: apoie@deverdeclasse.org / Mais opções
Economia / No último dia 23, a CNTE e várias outras entidades representativas do funcionalismo público de todo o país se manifestaram em Brasília contra a Pec 32/2020, a Reforma Administrativa. Proposta logo no segundo ano de mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, medida, se aprovada, vai demolir direitos essenciais dos servidores dos três poderes da União, estados, DF e municípios. Entre os ataques, o fim da estabilidade e institucionalização do congelamento de salários. Atuais e futuros funcionários serão todos prejudicados.
Siga e receba atualizações
Principais ataques
Embora apresentada sob a justificativa de modernizar e reduzir gastos, a Reforma Administrativa é considerada pelas entidades como um ataque ao serviço público. Entre os pontos mais criticados estão:
- Fim da estabilidade para servidores públicos;
- Criação de vínculos por prazo determinado e um regime de trabalho mais flexível;
- Extinção de carreiras típicas de Estado;
- Enfraquecimento dos concursos públicos e incentivo ao apadrinhamento político;
- Limitação do direito de greve e imposição de avaliações de desempenho punitivas.
Além destas, foco da reforma é também:
- Institucionalização do congelamentos dos salários e carreiras;
- Privatização de setores-chaves, como Saúde e Educação;
- Na prática, fim do caráter de servidor público no Brasil, com exceção apenas para as castas mais bem pagas do funcionalismo.
Tramitação
O texto tem como relator o deputado Darci de Matos (PSD-SC) e atualmente tramita na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Caso seja aprovado nessa etapa, seguirá para votação em dois turnos no Plenário da Câmara, onde precisará de pelo menos 308 votos (3/5 dos deputados).
Se for aprovado na Câmara, seguirá o mesmo processo no Senado Federal, com tramitação em Comissão Especial, e depois para votação em dois turnos no Plenário, onde precisará de pelo menos 49 votos (3/5 dos senadores) em cada turno.
Se aprovada sem alterações, a proposta será promulgada e transformada em emenda à Constituição.
Mobilização
As entidades reforçam que a mobilização massiva dos servidores é fundamental para barrar esse projeto. A convocação é para que os trabalhadores estejam presentes nas atividades semanais, pressionem suas bases parlamentares e ocupem os espaços de debate público.
"Não aceitaremos calados a destruição de um patrimônio do povo brasileiro. O serviço público é essencial para a garantia de direitos. A nossa luta é de todos!", destacam as entidades unificadas nos atos contra a reforma administrativa.
Com informações de matéria da CNTE
Relacionadas:
- Artigo 37-A da Pec 32 permite que dinheiro do Fundeb seja repassado a escolas privadas, diz especialista
- Ao vivo: "Governo Bolsonaro quer aprovar Pec 32 na mão grande", denuncia deputado
- Com a Pec 32, servidor atual será 'espremido' dentro dos órgãos públicos
- Dieese desmente matéria da Folha sobre prejuízos dos atuais servidores com a Reforma Administrativa
- Dispositivo da Reforma Administrativa leva à demissão em massa de atuais servidores estáveis, alerta deputado
Compartilhe e não esqueça de deixar uma contribuição ao site!
Pix: apoie@deverdeclasse.org / Mais opções
Mais recentes
São sete projetos ao todo em tramitação, um no Senado e seis na Câmara; apenas um não prevê isenção de 100%; um outro, do deputado Nikolas Ferreira, reza que dispensa do tributo será apenas para quem for aprovado numa Prova de Certificação Nacional, o "Enem" dos professores
O prefeito de Salvador Bruno Reis, por exemplo, paga apenas R$ 2.845,24, bem abaixo do valor estabelecido para 2025, R$ 4.867,77. Confira na matéria a lista dos outros prefeitos de capitais que também não cumprem a lei
Educadora critica parlamentar por condicionar isenção no Imposto de Renda do magistério a uma espécie de "Enem" para os professores; "vai trabalhar, vagabundo!", diz a docente, ao concluir seu conciso e irônico texto
Voto facultativo ou obrigatório?
Por que o voto obrigatório se mantém? Quais são os argumentos em favor de sua manutenção?
Proposta do parlamentar isenta apenas os docentes dos anos iniciais do ensino fundamental de escolas públicas, e somente caso sejam aprovados numa espécie de "Enem dos Professores"
Projetos sobre o tema tramitam na Câmara e Senado, com chances de aprovação ainda neste ano
Medida facilita e amplia a eficiência na gestão dos recursos dos estabelecimentos públicos de ensino
No mínimo, 1/3 da jornada do(a) professor(a) deve ser para atividades fora da sala de aula
Quem garante é a Lei 11.738/2008, a mesma que reajusta o piso do magistério todos os anos; STF ratificou tal decisão e, desde 2020, é obrigatória para prefeitos e governadores
Pelo menos duas medidas avançam a esse respeito; se aprovadas, docentes ficam livres do tributo, seja na fonte ou na declaração anual










