Matéria se refere a direito como "ponto fora da curva" e "deformação na máquina pública", e sugere que professor(a) não deve ter, por não ser carreira típica do Estado; jornalão ataca também enfermeiros e pessoal administrativo
Projeto contra previdência do funcionalismo entra novamente em discussão
Muito mais entraves para aposentadoria e aumento nas alíquotas estão no centro do PL 66/2023, que inclusive já foi aprovado no Senado

anchete da Folha de S.Paulo do dia 12 deste mês revela que os velhos inimigos do funcionalismo público — incluindo os próprios donos do jornalão paulista — ameaçam atacar novamente a previdência dos servidores de estados e municípios, onde a maioria está nos setores de Educação e Saúde. A manchete ameaçadora:
"Déficit na Previdência desafia estados e municípios, e PEC federal volta à mesa para endurecer regras" (Grifos nossos)
PEC 66/2023
A PEC federal citada para endurecer ainda mais as regras de aposentadoria do funcionalismo é o Projeto de Emenda à Constituição PEC 66/2033, encampada pelo senador Jader Barbalho (MDB-PA) e de autoria da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Medida inclusive já foi aprovada em 2024 no Senado e está na Câmara, na iminência de ser votada pelos deputados.
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Adequação
Projeto, a pretexto de propor novo prazo para parcelamento de dívidas das prefeituras, condiciona tal parcelamento ao arrocho na previdência dos servidores, de modo que seja adequada à Reforma da Previdência aprovada em 2019, no primeiro ano de governo do então presidente Jair Bolsonaro.
Regras mais duras
Caso essa PEC 66/2023 passe na Câmara, todo o funcionalismo de estados e municípios poderá ser atingido negativamente com as regras mais duras da previdência aprovadas em 2019, que significam aperto nos critérios de aposentadoria e pensão, como:
Aumento das alíquotas mensais;
Aumento do tempo de serviço e de contribuição;
Aumento da idade;
Restrições para pensionistas;
etc.
A ideia é impedir o servidor de se aposentar. É isto o que está por trás desse projeto.
Quem não se adequou
Segundo a matéria da Folha:
"Seis estados e 1.356 municípios — o equivalente a dois terços daqueles com regimes próprios — ainda não aprovaram nenhum aperto nos critérios de aposentadoria e pensão, segundo estudo dos pesquisadores Rogério Nagamine e Bernardo Schettini, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)." (Grifos nossos).
O texto dá nome aos entes estaduais (com DF) que ainda não "apertaram" seus funcionários:
- Amapá
- Amazonas
- Distrito Federal
- Pernambuco
- Maranhão e
- Roraima
E quem já apertou?
Os servidores que já foram apertados pelos seus estados e municípios após 2019 também não estão livres do endurecimento proposto pela PEC 66/2023. Caso um ente tenha feito uma reforma mais branda, com menos aperto que a do presidente Jair Bolsonaro, ela terá que ser refeita, isto é, terá que se adequar ao texto nacional. E quem ainda não fez, terá que fazer. Em suma: risco de mais aperto é geral.
Professores
Como em toda proposta que visa alterar regras para pior no funcionalismo, os professores sempre estão na linha de frente entre os prejudicados. Veja esse trecho da matéria:
O pesquisador do IPEA [Rogério Nagamine] afirma ainda que a velocidade da mudança [aprovação da PEC] é importante também porque, nos próximos 10 a 20 anos, há previsão de grande volume de aposentadorias de professores — categoria relevante nas folhas de pagamento de estados e municípios e que conta com regras mais vantajosas, que permitem se aposentar mais cedo." (Grifos nossos). São as supostas regras "mais vantajosas" que querem acabar.
Tramitação na Câmara
A PEC está andando bem na Câmara. Sua última movimentação foi dia 2 deste mês de abril:
Deputado Diego Coronel (PSD/BA),
"Requer, nos termos do artigo 114, XIV do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, que seja incluída na Ordem do Dia a Proposta de Emenda à Constituição nº 66/2023."
Aguarde em breve mais informações!
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