Estudo, divulgado em agosto último, foi encomendado pelo "Movimento Pessoas à Frente", composto por especialistas de diversas áreas
Maioria no magistério, mulheres são as mais prejudicadas pelas reformas do governo
Educação / Serão mais anos de sala de aula em jornadas estressantes de até sessenta horas semanais de trabalho. Isto sem falar nas tarefas domésticas e outras que as docentes levam da escola para casa.
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As mulheres estão em maioria no magistério. Segundo matéria da revista Nova Escola (2018), só na Educação Básica são mais de 2,3 milhões de professoras. Na Ensino Infantil, o docente masculino praticamente não existe, de tão raro que é.
Por serem maioria, as professoras foram vistas pela equipe econômica do governo Bolsonaro como um alvo maior a ser atingido pelas reformas. A da Previdência, por exemplo, impôs no mínimo sete anos a mais de sala aula para as docentes, contra cinco também a mais aprovados para os professores. Continua, após o anúncio.
Jornada tripla e tarefas levadas para casa
"É estressante, pois além das aulas ainda levo trabalho da escola para fazer em casa, fora as tarefas domésticas, como lavar banheiro, chão e cuidar de dois adolescentes praticamente só. E ainda vem essa reforma do Bolsonaro com regra de transição e me joga mais quatro anos de sala de aula. Tem dia que dá vontade de largar tudo e sumir no mundo, mas resisto, pois sei que não é somente eu nessa situação", diz. Continua, após o anúncio.
Violência
Além do cansaço natural por conta da jornada excessiva de trabalho, elevada agora pela Reforma da Previdência, professoras são mais vulneráveis a agressões por parte de alunos.
Dado o caráter machista da sociedade, muitas são agredidas moral e até fisicamente nas escolas.
"Muitos alunos acham que por ser mulher é mais fácil atormentar uma professora. Na maioria das vezes eles encaram o professor com mais cautela", diz a docente piauiense Luzia S Cordeiro. Continua, após o anúncio.
Licenças e abandono da profissão
O caráter estressante da sala de aula faz com que muitas professoras entrem de licença médica, tentem mudar de função ou até mesmo abandonem o cargo. Como são maioria no setor, tal realidade cria sérios problemas na educação, principalmente na área pública.
"Mal o ano letivo começou e já temos cinco professores de licença médica na escola. Destes, quatro são mulheres", diz uma diretora de escola que prefere não se identificar.
Para melhorar o magistério só há uma receita: investir na qualidade das escolas e na melhoria dos salários dos seus profissionais. E isto não pode ser feito aumentando tempo de sala de aula para os professores e professoras ou cortando os poucos direitos que eles têm.
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