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Não case ou fique solteiro sem antes ver O Lagosta
Uma lição bem simples de um filme meio complexo e que apresenta dois mundos muito exóticos.
Domingo, às 15:22
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asamento é coisa séria. Seríssima. Muitos já terminaram em mortes e outras tragédias. E muitos também deram certo e originaram famílias muito felizes.
Talvez, pensando nisso, e também em ganhar dinheiro, claro, o diretor grego Yorgos Lanthimos teve a ótima ideia de criar O Lagosta (The Lobster), filme de 2015 e que aborda de forma bizarra e com um humor impagável a ditadura das relações matrimoniais e seu contrapeso, a ditadura dos solteiros. Ninguém deveria casar ou pensar em ficar sozinho sem antes assistir. Está na Netflix.
O enredo é mais ou menos como o que segue. Em um tempo e cidade distópicos e indefinidos — o casamento é obrigatório — por lei. Aquele ou aquela que se separa é encaminhado compulsoriamente a um hotel especial, na verdade, uma espécie de manicômio, onde o apenado terá um prazo de 45 dias para se ajeitar com alguém, isto é, encontrar uma alma gêmea para casar.
Quem não consegue, recebe a pesadíssima punição de perder a racionalidade e ser transformado em um animal, da escolha do próprio fora da lei. Os novos seres passam a viver soltos numa floresta.
A história gira em torno de David (Colin Farrel) e da Mulher que enxerga mal (Rachel Weizs). A personagem de Weizs é também a narradora em off durante toda a primeira parte. No segundo momento, aparece de corpo presente na tela.
Lagosta é o animal escolhido por David, que é levado ao hotel após seu casamento fracassar. A partir do seu ingresso no local é que se começa a ver todas as bizarrices em torno da obrigatoriedade de arranjar alguém para convívio imposto por lei.
Para tentar provar aos hóspedes do manicômio de luxo que casar é a "solução para uma vida segura e feliz", a tirana personagem Gerente do hotel (Olivia Colman), além de impor várias restrições e punições rotineiras aos presentes, organiza também uma série de atividades, entre as quais festas e umas encenações (workshops) para lá de cômicas. Numa delas, uma mulher solteira passeia sozinha numa praça e é violentada por um estuprador. Em seguida, a mesma mulher passeia com seu marido e o estuprador nada faz. Hahahah...
Mas, para os mentores dessa ditadura burlesca do casamento, a coisa não poderia ser feita de qualquer maneira. Os solitários deveriam procurar alguém com quem de fato batessem, de modo a que se construísse um relacionamento inquebrantável, baseado em afinidades profundas, como, por exemplo, ser desprovido de quaisquer sentimentos. Por tais regras, dois hóspedes pedras de gelo teriam todas as condições de serem felizes para sempre.
Contudo, mesmo com tantos e "espirituosos" incentivos e ensinamentos, David não se adapta ao hotel e foge para a floresta. Mas acaba caindo em um novo e talvez até mais bizarro espaço. O mundo dos dissidentes, sociedade onde dançar agarrado, flertar ou trocar uma leve bitoquinha não são permitidos. É a extrema ditadura dos solteiros, onde a proibição é o casamento. Quem descumpre, pode ser punido até com pena de morte — decretada pela personagem Líder Solitária (Léa Seydoux).
Como toda peça de ficção, O Lagosta é aberto a várias interpretações. Uma delas nos parece bem evidente: como é artificial e indesejável tudo aquilo que é imposto. É uma lição bem simples de um filme meio complexo e que apresenta dois mundos muito exóticos. Vale a pena conferir.
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João Rosa Paes landim Neto
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