O Projeto de Lei da devastação
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Mesmo com toda crise — real ou artificial — que extremistas e "direita civilizada" tentam usar, povo entende que com Lula a vida é menos difícil
João R P Landim Nt
Política / Pesquisa Datafolha divulgada na tarde deste sábado (2) pela Folha de S.Paulo indica que [Lula] "lidera de forma isolada todos os cenários em que disputa no primeiro turno e, no segundo, descolou-se no limite da margem de erro do inelegível Jair Bolsonaro (PL) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP)."
Nenhuma novidade. A não ser o fato de Lula aparecer agora bem mais forte que em consultas eleitorais recentes desse mesmo instituto.
Pesquisas à parte, o fato é que o atual presidente é o franco favorito para 2026. E não poderia ser diferente, pois nem mesmo o inelegível teria condições de batê-lo, ainda que conseguisse se safar de uma temporada no xilindró, o que parece cada vez mais difícil de acontecer.
E esse favoritismo não é obra do acaso. Com toda crise — real ou fictícia — que extremistas e "direita civilizada" tentam usar, maioria do povo entende que com Lula a vida é menos difícil. E isso tem a ver, paradoxalmente, até com os quase 60 milhões de votos que Bolsonaro teve em 2022. Tento explicar.
A massa no geral não é de esquerda ou direita, sequer entende o que isso significa. O que o povo espera de imediato de um governante é capacidade de gerar emprego, renda, moradia, serviços sociais e por aí vai. Hitler e Mussolini tiveram apoio popular por conta disso.
Sob tal aspecto, Bolsonaro, embora por um lado tenha dado atenção quase zero em relação aos anseios da maioria da população, por outro não conseguiu descontinuar de forma relevante todo um conjunto de medidas populares que encontrou. Basta ver só dois fatos.
De acordo com matéria também da Folha (18/03/2023), no desgoverno do capitão — a inadimplência no Minha Casa Minha Vida foi às alturas e chegou a 28% em 30 de dezembro de 2019, 33,2% em 30 de dezembro de 2020, 38,6% em 30 de dezembro de 2021 e 45% em 29 de dezembro de 2022. Bolsonaro não ameaçou tomar nenhuma residência ou estimulou publicamente qualquer banco a fazê-lo, apesar de haver previsão de perda do bem nos contratos.
Fato parecido ocorreu em relação ao Bolsa Família. Bolsonaro rosnou contra o programa, mudou o nome, bagunçou o regulamento, mas em seu último ano de mandato valor passou aos atuais R$ 600, bem maior que quando iniciou sua aventura macabra na presidência da república. E ainda teve a distribuição de dinheiro a taxistas, caminhoneiros e abertura de crédito consignado na CEF aos próprios beneficiários do Auxílio Brasil.
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Esses fenômenos, somados a outros comuns em qualquer eleição muito polarizada, induziram milhões ao imediatismo e a escolher Bolsonaro e não Lula em 2022. É como se no inconsciente dissessem: não perdi minha casa, não perdi minha bolsa, tirei empréstimo no banco, votar novamente em Lula por quê?
A não ser que alguém creia na absurda tese de que os 58.206.354 votos do capitão são de extremistas iguais a ele, as ponderações acima parecem-me bem razoáveis. Caso contrário, Lula sequer teria subido a rampa. Bastaria 1% desses supostos raivosos (582.063,54) para impedir a possa do presidente e instalar um terror por tempo indeterminado no país. Ou não?
Em 2026, tudo tende a ser muito diferente. Mesmo com as crises e chantagens de todo lado, o sentimento que já é maioria entre o povo é o de que Lula é o melhor para governar o Brasil. Até as pesquisas da Folha de S.Paulo dizem isso.
O presidente, além de trazer segurança aos programas sociais antes bagunçados, novos entraram em vigor, como o Pé de Meia, por exemplo. E ainda tem o fator salário mínimo, que deu uma melhorada, após anos sem crescimento real.
Com isso, o mais provável é que muitos milhões entre os tantos milhões que não votaram em Lula em 2022 — passem a votar novamente. Muito difícil alguém bater Lula em 2026.
João R P Landim Nt
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